domingo, 30 de outubro de 2011

Pra melhor

Me diz,
como não se render,
como suportar,
como se reerguer
quando tudo acabar.

Me diz,
quando não sobrar mais nada,
de onde tiramos forças,
inventamos rumos,
reescrevemos rotas
arrumamos prumo,
para seguir com sutileza pelo mundo.

Me olhe, me encare
E sem piedade detone,
todas as minhas certezas,
meus lugares comuns.
Resete-me!

Que seja daqui para melhor!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ele - O bichinho

Opa...
olha só aquele antigo sentimento, aqui, em meu peito.
Me espia, me olha meio desconfiado.
Será que ainda sou o mesmo?
Será que algo não se rompeu, nestes tempos de ausência?
Teria algo em mim falecido, nesse inverno de silêncio, em tantos gritos sufocados?

Olha lá aquele sentimento brincante.
Incomodando as quatro paredes do estômago,
Insistindo em me dizer: "não acabou... ainda há mais por vir. Mas é preciso chacoalhar a poeira, não se render. É preciso olhar nos olhos da rotina e dizer, com determinação: FODA-SE."

Olha aí ele me entortando os rumos.
Quebrando novamente os protocolos,
encerrando ciclos, reabrindo caminhos,
cumprindo missões, reencontrando os espinhos,
que alfinetam meu coração.

Olho-me aqui, no espelho.
E no fundo do espelho dos olhos,
no âmago da alma,
há um bichinho implorando por um novo grito
que assevere minha independência,
que corte corações por vingança,
que arrebate os sorrisos canalhas,
que reescreva sincero, com lápis de qualquer cor, que a dor que a gente sente, merece sempre ser respeitada.

O grito é ensurdecedor.
Me enlouquece.
E ninguém mais pode ouvi-lo.

O grito ecoa, profundo,
reverberando timbres revolucionários,
nas janelas da consciência,
até romper a razão
e lançar-me em espiral pelo espaço.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Leminsky

Ah... deixa só ele falar...

sábado, 13 de novembro de 2010

Belle




Another sunny day, I met you up in the garden
You were digging plants, I dug you, beg your pardon
I took a photograph of you in the herbaceous border
It broke the heart of men and flowers and girls and trees

Another rainy day, we’re trapped inside with a train set
Chocolate on the boil, steamy windows when we met
You’ve got the attic window looking out on the cathedral
And on a Sunday evening bells ring out in the dusk

Another day in June, we’ll pick eleven for football
We’re playing for our lives the referee gives us fuck all
I saw you in the corner of my eye on the sidelines
Your dark mascara bids me to historical deeds

Everybody’s gone you picked me up for a long drive
We take the tourist route the nights are light until midnight
We took the evening ferry over to the peninsula
We found the avenue of trees went up to the hill
That crazy avenue of trees, I’m living there still

There’s something in my eye a little midge so beguiling
Sacrificed his life to bring us both eye to eye
I heard the Eskimos remove obstructions with tongues, dear
You missed my eye, I wonder why, I didn’t complain
You missed my eye, I wonder why, please do it again

The lovin is a mess what happened to all of the feeling?
I thought it was for real; babies, rings and fools kneeling
And words of pledging trust and lifetimes stretching forever
So what went wrong? It was a lie, it crumbled apart
Ghost figures of past, present, future haunting the heart

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fumaça

Continuo a espera,
de um sinal
que me derrube as lágrimas
que me inunde o peito
que me encha de vida

Continuo a vida
esperando

Continuo a vida
esperando

Sigo a sina da dura rotina
De achar outra rima
De brotar poesia
Na terra que a desilusão salgou

Espero dos céus um sinal de fumaça
um telefonema, um e-mail, um scrap
Qualquer coisa me faça chorar
Que rompa essa frieza dura
Dos dias em vão sem amar