quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Vida segue

Parte de que sou metade

Meta de que sou parte

Parte que parte o coração

Verdade que sangra emoção


Ver no dia, o que a noite esconder

Esconder no dia-a-dia, o fim da noite

Lembrar que a vida, é de ganhar e de perder

Que a ferida, é de açoitar e ser açoite


Ver na noite, o que não reluz no dia

Ver que a tarde, dói a dor da nostalgia

Esquecer de vez em quando, do que dói

E ver que arde, um duro pranto, que corrói


Vira a vida, vira a página

Viravolta, vida torta, viro lágrima

Sem sentido, pode ser, mas com sentir.

Só faz sentido, pode ser, sem onde ir.

Sim, sinto,

Não minto

Quando me olha o olhar de dor,

Desdenho e finto.

Nessa finta, vive só a hipocrisia

De não saber se o que quero é tarde ou dia

Por mais que eu minta, tudo que eu mais queria

Era parar e apreciar a noite

Esquecer, só uma vez dessa rotina

dessa dor, de açoitar e ser açoite

e do rancor e mágoa daquela menina.


A vida vem, vai tudo bem, a vida passa

Que tristeza quer o dia que se vai.

Abro um sorriso, pois de novo o dia vem

A tarde vivo, choro quando a noite cai.

Mas tudo bem.


O que importa, não é ser forte.

O que importa, não é sorrir.

O que importa, sim: fugir da morte,

da dor de ir vivendo achando que morri.


O que importa, então, não sei de nada

A vida me apresenta, então, encruzilhada

E já não sei que passo tomo nessa estrada

Em que jardim, enfim, derrubarei minha lágrima?

Só sei que espero, que lá existam cores

Que seja um campo lindo e lotado de flores

Onde não rimem o amor com tais palavras

Onde o que dói, não seja a dor ignorada


A realidade é que este campo, não é aqui

Que este jardim, é um mistério de encontrar

Olho ao redor e não adiantará fugir

Todos os olhos seguem a me vigiar

Olhos azuis, olhos castanhos, coloridos

Verde do mar, que esconde um peito doído!

Mas nestes olhos, não há espaço pra tristeza

Olhares reis, olhos de príncipe e princesa.

Besta eu, querer entrar pra realeza,

Esqueço as leis, e reconheço minha fraqueza.


Afinal, o que dizer, pois, afinal?

Viver a esperar da vida algum sinal?

Prefiro ser, sofrer, burlar todas as regras.

Pra ver se surge alguma luz que enfim me cegue

Porque o amor, e também a paixão é cega

E na escuridão, sem cor nem flor, a vida segue.

Minuto

Minuto a mais

Minuto a menos

Minuto que se foi embora

Vida viva

Vidaloka

Vida chora

Minuto que se extinguiu

Vida que desmoronou

Minuto que desmilinguiu

Vida que se acabou

Vida vivida em vão

Minutos atrás da fama

Vida sem solução

Vida que vai na lama

Vida, minuto,

Tempo, espaço.

E o que faço?

Segundo que corre

Hora que vai

Dia que nasce

Noite que cai

Espero, espero

Desespero

Escuto, escuto

Desiludo, só perdi mais um minuto.