terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Blogs musicais e Podcasts

Resolvi iniciar uma nova seção na lateral direita aqui do blog, com uma seleção de blogs musicais que julgo interessantes.

E cada vez que eu acrescentar algum blog interessante deixo um post por aqui.

Começarei com apenas 2, que estão no meu RSS e que vale apena acompanhar: um do Alexandre Mathias e outro do Pedro Alexandre Sanches.

Como ambos são conhecidos, dispensarei apresentações. Naquele dia, então, que você estiver afim de ouvir algo diferente, pode procurar em um desses links.

Também separei na barra lateral o podcast CAS dos demais links musicais. Um podcast bom, como é o caso deste, merece ficar numa seção destacada. Pena que é o único que encontrei até hoje que realmente eu tenha achado atraente para encontrar coisas diferentes para meus ouvidos.

Se você que lê estas linhas tiver alguma outra dica valiosa, portanto, por favor não se omita e deixe um comentário!

Saravá e um bom 2010 para todos. Só devo reaparecer por aqui em fevereiro, a não ser que resolva postar algo direto de uma lan-house boliviana/peruana. Não é impossível!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Poema Pílula 8 - Imagens

Pensamento por imagens, acelerado.
Quanto mais rápido penso,
mais eu fico aqui parado.

Pensamento em muitos flashes, veloz.
Não os entendo. E preciso?
Não!
Não basta a razão,
Pra desatar todos os nós.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Não gosto / Odeio

Duas músicas rebeldes, pois rebelde está minh'alma nesta reta final de 2009.




sábado, 26 de dezembro de 2009

Liberdade

Dia após dia, rompem-se os nós,
Quebram-se as correntes.

Ainda não sou livre.
A criatividade ainda está enjaulada no proceder burocrático
Nas regras que aprisionam
Na organização que assassina o que há de melhor em mim

Ainda não sou livre
Ainda me rondam prazos e compromissos,
Tarefas e afazeres,
Determinando-me objetivos, impedindo-me de agir sem fim.

Justas e merecidas férias para esquecer esse mundo racional.
Para me libertar da opressão matemática.

A natureza nos demonstra, dia após dia, que viver também é uma arte do improviso
E eu quero a espontaneidade sem limites definidos.
Sem métrica, nem rima. Quiçá até sem linguagem.

Quero a atitude pouco profissional, que resgata diante dos meus olhos a dimensão humana de tudo que existe.
Quero a paz de poder enlouquecer e fugir de todos os parâmetros.
Quero ser bicho, quero perder o sentido.
Quero vagar por aí.

Até o ano que vem.
E muito mais além.

Ainda não sou livre.
Mas muita coisa vai mudar...

Até o ano que vem.
E muito mais além.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sorriso final

Eu quero fazer bagunça
Eu quero desorganizar o local
Eu quero subverter a lógica
Quebrar o maldito e enfadonho protocolo.

Quero rasgar o documento ao meio
Quero partir o coração em mil
Quero bagunçar o raciocínio
Colocar tudo fora de lugar.

Chega de versos polidos e bem acabados
Chega de carimbos e contratos
Chega de negócios e burocracia
Basta dessa vida fria
Basta dessa vida insossa.

Eu preciso do psicodélico
Eu preciso do sem sentido
Necessito mais uma dose
Necessito um pouco mais de risco

Cansei-me da linha reta
Do discurso linear
Quero voar em círculos
E chegar a nenhum lugar

Basta de matemática, ciências duras, geometria.
Estou farto de fórmulas de eficiência
Quero desperdiçar meu tempo no que é mais inútil
Quero o mau gosto
O imprevisível
O imperdoável
O incontível e inexplicável.

Não quero viver com os pés no chão,
vendo o mundo a desabar a minha volta.

Quero acabar esborrachado no chão
Caído de um sonho alto,
Estamapando no mundo o carimbo
De um longo e largo sorriso.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Classe...

Só para manter este espaço ativo, enquanto este ano incrivelmente atribulado não termina.

SOCIETY
Eddie Vedder - Into The Wild



Oh, it's a mystery to me
We have a greed with which we have agreed
And you think you have to want more than you need
Until you have it all you won't be free

Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...

When you want more than you have
You think you need...
And when you think more than you want
Your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
Because when you have more than you think
You need more space

Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...

There's those thinking, more-or-less, less is more
But if less is more, how you keeping score?
Means for every point you make, your level drops
Kinda like you're starting from the top
You can't do that...

Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...

Society, have mercy on me
Hope you're not angry if I disagree...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Na escada

Texto de autoria de Ricardo Martensen

CLARO
“Segura o saco de pipoca pra eu pegar os ingressos?”. “Claro.” Ainda sobra um pouco de constrangimento. Aquele medo dos silêncios, das frases erradas. Afinal – depois de tantas noitadas – estamos sóbrios e a luz clara do Shopping não ajuda em nada. O Shopping não ajuda em nada. “Só tem um ingresso aqui moço”, dispara o porteiro impiedosamente. Parece saber de tudo. E não se importa. O embaraço do inábil ator que esquece a fala no diálogo principal, sua desastrada tentativa de improviso e a brutal incapacidade de fingir-se seguro perante aquilo que foge ao seu controle.... nada disso lhe importa. Tudo o que quer é cumprir sua obrigação: um ingresso por pessoa. “Segura a Coca também, vou ver no bolso.” Nada. “Segura aqui que vou ver na bolsa.” Pipoca e refrigerante pipocam de mão pra mão. Nada. Voltamos ao caixa, a fila é grande. Cortamos a fila (afinal temos direito, já pagamos!). Evito olhar para a pequena multidão enfileirada. Temo os comentários, talvez até uma possível represália coletiva. Me esforço para me controlar. Esse é o momento de mostrar segurança. O gerente é chamado. Tudo está muito claro. Opressivamente claro. O dinheiro é contado, o “sistema” conferido. Sim, de fato houve um erro. Ufa! Missão cumprida. Ingressos na mão (os dois) passamos triunfantes pelo mesmo porteiro.

ESCURO
Quatro pupilas contraídas entram na sala. A escuridão é quase total. Ironicamente passo a desejar qualquer nesga de luz. Essa só vem nas raras cenas claras do trailer. Merda, seria um filme de vampiro!? Os tropeções inevitáveis. A multidão de pupilas já dilatadas nos fita. Pelo menos é o que imagino. Somos uma presa fácil. E solitária. Somos nós contra eles. E eles parecem estar em todo lugar. “Ali tem.” “Não, é só uma”. “Ali também só tem uma.” Cambaleamos por toda a sala numa inútil busca enquanto os sádicos olhares anseiam por nossa reação. Meticulosamente prepararam a platéia antes de nossa chegada. Sou posto à prova novamente. “Sentamos aqui”, escuto. “Aqui?” “É, aqui.” “Tá bom.” Ainda escolho desajeitado em qual dos degraus sentar – a pipoca ainda atrapalha – quando me dou conta que vencemos. A engenharia pragmática da via de acesso somada ao escorar de nossos ombros se revelam pra mim muito mais confortáveis do que as militares fileiras de estofados e porta copos. A Coca fica melhor no chão. De repente, me viro para olhá-los (agora consigo ver tudo). Frustrados, fingem ver o filme.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Visionários

As Forças da Natureza

Quando o sol
Se derramar em toda a sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal
Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
E os ventos vão sufocar
O barulho infernal
Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal
Vai resplandecer
Uma chuva de prata do céu vai descer, lá, lá, iá
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural
Vai florir
Cada grande cidade o mato vai cobrir, ô, ô
Das ruínas um novo povo vai surgir
E vai cantar afinal
As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval

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Por Clara Nunes e João Nogueira
Do álbum homônimo, de 1977

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Do YouTube - Consumir na América

Ao que parece, consumir na terra do consumo não é muito diferente de fazê-lo por aqui.

Seria pura canalhice, ou apenas um sintoma do capitalismo das massas?
I don't know. But please, CANCEL THE ACCOUNT!



sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Meus ramos

Peito vazio.
Mente vazia.
Oficina do diabo e campo fértil para semear novos sentidos, novas idéias, onde os ramos da minha imaginação tornaram-se mais firmes, mais robustos. Mas os caminhos do pensamento ainda patinam na encruzilhada da mente, sem saber em que direção estes ramos buscarão mais luz.

A ansiedade pueril passou. Já sei que o vento não vai mais derrubar tão facilmente esta árvore. Suas raízes também não descolarão do solo numa busca intensa suicida por me queimar no sol. Com a base mais firme, sinto até que meus galhos podem ir além. Quem sabe até, ser belos... Quem sabe até, render frutos...

Quem sabe jogar outra semente ao mundo?

Já se foram muitos e muitos invernos. Alguns mais rigorosos (e quanto frio eu senti!), outros bem mais amenos. Aprendi a me aquecer no fogo da amizade, no colo da família, nos braços dos abraços queridos. Foram tantos invernos, que mesmo ao me perceber cercado de amores, e mesmo assim cada vez mais só e desamparado em minha jornada, nem mais frio fui capaz de sentir. Mas observando as estações compreendi que a vida iria me deixar florescer daqui algum tempo.

E se já fui uma planta frágil num vazo ruim de quebrar, hoje não é uma rajada de sonho que me arranca as raízes do solo. Não é qualquer promessa fútil de luz que me faz desabrochar em flor, em riso. E se já me esparramei exuberante na primavera, hoje o medo de quebrar a cara recomenda não exibir muito as flores alegres do meu coração. Há muito mais cuidado para evitar que minhas frutas e cores deixem de embelezar o passeio para se tornarem um troféu de escárnio numa estufa, uma simples arte morta exibida nos jardins do egoísmo alheio.

Por isso no meu tronco, seguirão para sempre as marcas do passado. Até que um simples vento venha me jogar ao chão. Até que minhas idéias e flores venham a tornar-se adubo para outras primaveras. Ou que meus rancores e mágoas salguem a terra por onde passei.

Mas sendo bem sincero, eu estou do lado da vida... e não há nada que possa ser feito para me mudar de de lado.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Os Caretas

Adapatação de texto originalmente escrito em 12.09.06, mas que reflete o que sinto até hoje.

E que se fodam os caretas.
E que se foda toda sua hipocrisia, seu sorriso amarelo.
Danem-se todos os números que movem seu corpo,
Danem-se boletos e extratos bancários.
Danem-se os guichês, filas, senhas, holerites.

Explodam os caretas.
Enforquem-se em suas gravatas, ternos, paletós.
Afoguem-se com seus contadores, procuradores, procurações.
Danem-se todos os burocratas.
Ratos sujos que se alimentam de leis em putrefação.
Corrijam já, monetariamente, seus créditos.
Atualizem todos os valores que possuem.
Mas não ousem corrigir minha postura,
Tampouco meu modo de enxergar a vida.
Não sonhem em me atualizar sobre o mercado.
São vocês que vivem no passado.

Corretivos, corredores, corretores.
Fugitivos, roedores, desertores.
Desistiram da vida mais bela.
Traíram a prosa e a poesia.
Persistiram, suicidas, nesta cela.
Desistiram da rosa e da alegria.

Enquanto o mercado opera seus lucros,
E o dióxido de carbono destrói meu pulmão,
Cola em minha garganta e me sangra o nariz.
Enquanto morro enforcado em gravata,
Sufocado em fumaça.
Enquanto esquivo da bala perdida...
Há um lugar em que,
Durante todos esses dias,
A natureza bebe da água limpa.
Indiferente e despreocupada.

Caretas malditos,
Covardes!
Não haverão de me contaminar!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Nóia

A verdade por trás da Gripe Suína:

Dinheiro, e muita nóia nóia nóia nóia nóia.

ASSISTAM!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Chorei

Chorei,
Mas de meu rosto não escorreu sequer uma lágrima, sequer um pouco de água e sal capaz de borrar letras tristes num papel.

Chorei três vezes, sequer uma lágrima.

Gritei, mas não se ouviu a queda de uma agulha, não se ouviu sequer o farfalhar das folhas nos galhos, não se ouviram grilos nem cigarras. Não se ouviu.

Gritei mais de três vezes. Gritei mais de dez vezes, até ouvir o silêncio ecoar em meu peito.

Sonhei, como sonham crianças. Sonhei acordado. Sonhei mais de uma vez. Mais de três, mais de dez. Sonhei incontáveis noites sem sono em transformar a realidade que não me deixa dormir. Sonhei com as lágrimas acumuladas em meu peito.

Sonhei mais de uma vez. Sonhava acordado.

Cantei baixinho. Era uma melodia triste e fiquei melancólico. Atravessei o inverno, recolhi folhas e flores e frutos. E não se ouviu as folhas farfalharem no vento que abafou meu canto.

E eis que agora ouso derrubar uma gota. Esboçar uma palavra. Transformo o sonho em realidade e a realidade em sonho. E os olhares desconfiados pairam sobre mim, o pobre coitado.

Chorei de rir, engolindo mágoas e sorrisos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Causas que apóio 3 - Os marginais do Tietê

Estou sem palavras para descrever a humilhação da natureza que estamos vendo acontecer mais uma vez. Que covardia!

Até quando vai ser assim? Não me interessa quantas árvores serão replantadas. Isso não vai reparar o dano causado ao meio ambiente.

Um dia olharemos para trás. E iremos desfazer as calhas do Rio Tietê e as pistas que lhe cercam, que não lhe deixam mais alagar.

Vai demorar 200 anos... se vivermos até lá.

Minha indignação não tem limites. Essa gente nunca teve, nem nunca terá meu voto.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Música na Net 6 - Shake it baby

Achei esse podcast ontem de madrugada na rede. Compartilho, pois.

O site dos caras fica aqui.

Não sei por que diabos o player ficou cortado, mas tá funcionando. Aperte o play e boa viagem!

domingo, 5 de julho de 2009

Poema Pílula 7 - Amor

Amor,
o verdadeiro poema,
não está na tinta que escorre da pena,
mas no que a palavra sugere ao leitor.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Poema Pílula 6 - Do que sou feito

Eu sou a tela,
Minhas tintas e cores, quem colore é o mundo.
Eu sou o nada,
Onde o mundo jorra seus golpes de pincel!

Já não sou o que sou
Sem ser o que me rodeia
No que me cerca, meu retrato borrou
Eu sou tudo o que me permeia.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Indagação

Podemos indagar sobre minha intenção
em escrever o que está escrito
em dizer o que está dito
em fazer o que já foi feito

Podemos debater horas à fio
Se deixei algo nas entrelinhas
E se o percurso por estas linhas
Deixou algo em mim, em você

Podemos discutir as infinitas interpretações possíveis
Deste poema(?), de uma frase, de uma palavra.
Poderei eu mesmo, reinterpretá-los com novas lentes
Com luzes mais claras, escuras ou coloridas.
Ou simplesmente irradiadas por um outro ângulo,
de um outro tempo.

Mas eu estou certo que no que digo (e escrevo)
Há mais do que eu mesmo racionalmente pretendo.
Que o que sinto (e descrevo), não cabe em uma página qualquer,
de papel ou de computador.

E que em toda a angústia que derramo em mensagens de texto, em recados de celular ou num olhar desamparado, não importa tanto quais eram as minhas intenções (e será que mesmo eu as conheço?), mas sim o olhar do intérprete. E sua retribuição através da qual me reconstruo.

Valerá então o meu esforço em descrever o rio de lágrimas que brota em meus olhos?
Valerá então a saliva que desperdiço em minhas juras de amor?
Valerão estes rascunhos de pensamento tão só como desabafo do que não cabe e não pode caber em mim?

É a eterna, mas acima de tudo, a presente indagação.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pro dia nascer feliz

Hoje eu estendi de novo minha bandeira do verde na mesa de Centro da Sala. Pela segunda vez. A primeira foi contra o Sport na Ilha do Retiro.

Hoje eu vesti de novo a minha camisa da sorte. Uma camisa comprada na frente do Morumbi, minutos antes de Palmeiras 5 x 0 Ponte Preta, na final do Paulista 2008. Camisa cuja história está retratada aqui.

Hoje eu pensei (e me penalizo por isso!) que tudo estava dando errado. Que a bola do K9 não queria entrar. Que o Pierre e o Diego saíram machucados e que isso só podia ser um sinal. Que o Cleiton Xavier não acertava um cruzamento!

Mas o Pierre voltou machucado a campo para salvar um gol do Colo Colo. E o Cleiton tinha guardado toda a sua precisão para o último chute.



Chute esse que me lembrou o chute abaixo do PET, no Flamego contra o Vasco, na final do Carioca de 2001.



Fantástico! As imagens valem mais que qualquer palavra. Pobre do vizinho, que já havia notificado o síndico pelo toque da minha corneta de plástico, e que às 00:00 da madrugada ouviu os mais agressivos palavrões e berraria de 3 marmanjos vestidos de verde.

Não me importo com ele! Hoje é dia de dormir feliz. E amanhã é dia de acordar sorrindo!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Diego: nem só de glórias se faz um ídolo.

O acontecimento mais relevante no mundo do futebol neste fim de semana, ao menos pare este que vos escreve, não foi o título do flamengo, a vitória do ascendente Corinthians com gol e brilho de Ronaldo ou a esplêndida partida do pequenino Madson.

O fato realmente relevante do final de semana foi a consumação de um processo que desde meados de 2008 já estava em curso. A partida entre Palmeiras e Santos, no Palestra Itália, acrescentou com tintas duramente removíveis o adjetivo ídolo ao nome de Diego Souza.

Nem só de glórias se faz um ídolo. O exemplo de sábado é a mais perfeita ilustração dessa máxima. Diego Souza forjou-se ídolo na base da disposição, da raça, da vontade de vencer e do orgulho de vestir um manto que não cai bem em qualquer um.

Nem só de glórias se faz um ídolo. É extremamente fácil recorrer ao lugar-comum e crucificar Diego por seu comportamento violento. Jornalistas pobres de espírito como Fernando Calazans, do fraco Globo, que o façam. Que os frios (ou nem tão frios) amadores-profissionais do futebol o analisem sob essa distorcida ótica. Deixemos o mais novo bobo da corte do SPFC (aliás, que escola a criada por Marco Aurélio Cunha!!!) atinja Diego à pretexto de falar do árbitro da partida.

O amante do futebol compreende Diego, um dos poucos no elenco alviverde a incorporar o espírito de competição e a vontade de vencer necessários em uma decisão. Pudera o Palmeiras ter 11 Diegos em campo. Quiçá 9, tão dispostos quanto ele para se juntarem à Marcos e Pierre.

Não é apenas de talento, lindos gols e passes perfeitos que se faz um ídolo. Diego possui essas qualidades. Mas um ídolo precisa de atitude. E a reação de Diego foi a reação de um homem de atitude. Foi o transbordar de uma frustração enorme em não ter conseguido transformar toda sua raça e qualidade em vitória. Apesar da expulsão e do provável gancho que pegará, Diego saiu de campo consagrado como um ídolo. Ao contrário do apagado Keirrison, que sumiu nos momentos em que o time mais dele precisou.

Chego a importar-me pouco com a eliminação do meu time do coração nas semifinais de um já desgastado, porém importante, Paulistão. No último sábado, algo muito maior foi conquistado: uma conquista pessoal de Diego; uma conquista para toda torcida do Palmeiras.

A partir do dia 18 de abril de 2009, Diego passou a contar com a confiança e apoio irrestrito do torcedor alviverde. Não há gancho ou punição que lhe possa roubar isso. É verdade que Diego precisa amadurecer para não cair em provocações fúteis como a do grosso Domingos. E é importante que a sua atitude violenta não se repita. Mas por sua hombridade, Diego precisa ser respeitado e aplaudido, não crucificado.

O futebol me relembra mais uma vez uma importante lição de vida. Raça e gana de vencer são sempre mais importantes que a vitória. O erro é irrelevante e perdoável quando é cometido pelos motivos certos, com vontade de acertar. Diego foi injustiçado no último sábado porque ele merecia a vitória. Porque merecia companheiros mais dignos atuando ao seu lado.

No final da partida de sábado, Diego trouxe o lado humano, emocional e verdadeiro de um homem volta ao campo. Em proporções muito menores, fez o que Zidane quando este devolveu o mundo do futebol à realidade, mandando às favas a frieza profissional e as regras do jogo.

Diego libertou o torcedor do sofrimento de uma derrota sem luta. Diego forjou-se ídolo na raça e na atitude. Não no embalo alegre da vitória.

Diego perdeu, mas deixou o campo de cabeça erguida. Domingos e muitos dos companheiros de Diego não puderam fazer o mesmo.



Ps1: Digam o que quiserem. Eu estou com Diego e não abro.
Ps2: Leiam o ótimo post Sete Belo do Cruz sobre isso.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

BeatlesTube

Essa é pra quem é fã do quarteto de Liverpool, que dispensa apresentações.

O BeatlesTube se propõe a organizar todos os videos da banda que podem ser encontrados na rede. E do lado do video, ainda aparecem a letras das canções.

Não sei se o site foi construído legalmente, respeitando todos os direitos de autor da banda. Se não, aproveitem antes que saia do ar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Informação da Sociedade

Que vivemos na sociedade do conhecimento, em que a informação assume papel cada vez mais central na criação de riqueza e bem-estar, creio que ninguém mais duvida.

Mas temos a real dimensão do que isso significa? Esses dias recebi um vídeo que ajudar a dar um pouco dessa dimensão.



Me chocaram alguns números, como aquele que apresenta a quantidade de trabalhos de uma pessoa em relação à sua idade. Ao assistir tantos dados nestes breves minutos, reafirmou-se em meu peito a sensação de que não consigo apreender tanta informação, de que nunca mais vou conseguir ler todos meus e-mails, nem todos os livros que posso comprar, ou todos os jornais a que tenho acesso.

Uma imensa vontade de migrar para uma terra mais tranqüila e não tão competitiva inundou meu coração.

Mas não recuso (na verdade até admiro) o fato de que o mundo está mudando, e cada vez mais rapidamente. Tampouco ignoro que a tecnologia da informação e comunicação, hoje, é tão essencial quanto a eletricidade para o desenvolvimento. Devemos caminhar nesse sentido e os números acima expostos apenas reafirmam isso.

A minha crítica ao vídeo (que na verdade nem é minha mas para a qual muito bem me chamaram a atenção) é a ausência de qualquer abordagem à questão da desigualdade de acesso à tais tecnologias e o abismo social que decorre dessa realidade.

Mas deixarei de reiterar o que já é por todos sabido (mas que ainda precisa ser dito). A vontade era apenas de compartilhar o vídeo e um pouco da angústia de viver os anos 2000.

Dito tudo isso, resta apenas saber: por que inundei com mais uma gota esse infomar?

sábado, 4 de abril de 2009

Por mais liberdade

Desprendam-me.
Desprendam-me de mim mesmo
para que eu possa voar.
Deixem-me deixar meu corpo
para que meu corpo seja eu sem pensar
Deixem-me deixar meu corpo
para que meu sonho possa enfim decolar.

Deixem-me viajar os céus.
Desprendam-me

Desprendo-me
Deixo-meu pousar em um outro contexto
Permito-me ser amarrado por novos laços
Ser envolto em novas idéias
Permito-me plantar novos pensamentos
Semear novas relações
Autorizo-me a fincar novas raízes
e aprofundá-las para beber d'outra água.

Proíbo-lhes arrancá-las
Proíbo-lhes tolher minha diversidade.

Afasto-me, para me observar de longe.
Afasto-me, para me observar diverso.
Retorno, para me reinventar de novo
Renasço para me traduzir em outro.

Desprendam-me
Deixem-me
Proíbo-lhes

Desprendo-me
Permito-me
Renasço

Sendo o outro, sempre através de mim

Soltos

Não tente reduzir o que há de racional em mim
Não tente, menos ainda, massacrar o que há de animal em mim.

Sou em ser de várias metades, complementares
Nem só razão, nem só paixão
Sou um ser em várias frações, covardes,
que empurram e freiam a minha ação.

Sou um ser de muitas nações!
Do bloco dos loucos,
do bloco dos sábios,
do bloco dos bêbados e sem sentido
do bloco dos sóbrios e do eu sozinho.

Sou de muitas ações
Ações em sentidos diversos
Logicamente, incoerente
Sem nexo como meus versos.

Mas você, aí, de pés no chão...
Não me julgue por andar fora da linha,
Pois a minha menor distância entre dois pontos
É uma estrada de muitas curvas e declives
Onde a lua é uma bússola com muitos nortes
Dando sentido aos sem rumo
E rumo ao que não faz sentido.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Poema Pílula 5 - Silêncio

As palavras encravadas na ponta dos dedos,
um nó na garganta,
e um rio que me sobe a face e inunda os olhos.
As palavras brotando nos dedos,
e um silêncio estridente a fazer companhia.

Só mesmo o silêncio,
pra dialogar com meus sonhos impróprios.
Só mesmo o silêncio,
e o vazio de uma poesia.

De tudo

De tudo, a vida tem um pouco
Um pouco de saudade deixada pra trás
um pouco de riso, um pouco de choro.
Um bocado de recordações, boas e más.
De tudo um pouco.

Um tanto de pranto,
Um tanto de paz.
E de tudo isso,
algum desencanto,
alguma melancolia,
de estrela fugaz.

De tanto, a vida tem de tudo
De tudo um tanto
E tanto que não cabe em mim.
Que se sentisse metade,
Seria mais do que jamais sonhei.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Do YouTube 5 - Viola abre o bico

Não gosto de fazer propaganda para empresa, mas essa merece, e fala por si só.



Podia ser verdade... Se não for, no mínimo Viola pode ser considerado ator revelação! Sensacional.

sábado, 14 de março de 2009

Besteiras excelentes 1 - Os 3 porquinhos

Há coisas bestas, muito bestas, que não podemos ignorar. Porque de tão bestas tornam-se ótimas. A internet está cheia dessas coisas, mas o difícil é encontrar boas besteiras em meio à tanta bobagem.

Resolvi criar um tópico para isso então, inaugurando com esses ótimos vídeos que recebi essa semana, sobre a história dos 3 porquinhos. São dezenas de videos, alguns fantásticos. O leitor pode achar bobagem (e é bobagem mesmo), mas eu realmente recomendo. Para entender a magnitude da brincadeira é preciso olhar os outros videos que estão no site oficial da parada.

Deixo dois aqui só de aperitivo.
Versão mano:


Versão Lula:

quinta-feira, 12 de março de 2009

Poema-pílula 4 - Encontro

Precipito-me em poucas linhas
ao abismo de minha essência
que vive nas entrelinhas
das fendas da inconsciência

Me encontro!

Poema Pílula 3 - Esboço em pedaço de papel rasgado

Trago o peito sangrando
apunhalado, não sei por onde
deixo a dor cicatrizando
nesse nosso esconde-esconde

quarta-feira, 11 de março de 2009

Música na net 5 - Captain Crawl e Caipirinha

Duas dicas que eu já devia ter postado aqui faz tempo e que vão direto para a lista das dicas aqui do lado direito.

A primeira delas é um novo sistema de buscas para quem quer encontrar músicas na rede. Chama-se Captain Crawl Search Engine. A ferramenta procura somente em blogs a palavra-chave digitada. Ou seja, se o que você procura estiver em algum blog, ele deve encontrar. É sensacional para encontrar aqueles álbuns que não achamos em lugar nenhum e também para conhecer novos discos. Mas você deve saber o que procurar.

A segunda é para quem quer conhecer novas músicas brasileiras. É o podcast do Caipirinha Appreciation Society (CAS), que leva o mote música sem clichê. Entre algumas coisas conhecidas, muita coisa nova que não encontra espaço no mainstream.

Usem até enjoar. E deixem outras dicas por aqui...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Por um boicote ao PMDB - 2

Abaixo está a origem de toda a polêmica.

Longe de mim querer me orientar pela Veja. Mas a questão merece destaque!

Por um boicote ao PMDB!


Perdoem pela extensão do post, mas ele é necessário.

Há tempos gostaria de iniciar uma sessão neste blog à respeito das causas que defendo. Elas são muitas. Algumas delas encontram ressonância nos meios de comunicação. Outras, no meu modo de ver, não são conservadoras o suficiente para aparecer nos veículos tradicionais.

O fato é que um acontecimento específico veio dar impulso à essa indignação que trago dentro de mim. Do fundo do peito, eu acho que os problemas no Congresso e na política são meros reflexos da sociedade que somos, dos nossos traços culturais e da nossa forma de conduzir a vida. Mas os acontecimentos da última quarta-feira fizeram minha indignação atingir o seu nível máximo.

Termos Sarney eleito para Senador, já seria uma vergonha. Vê-lo eleito para presidente daquela Casa, pior ainda. Assistir Renan ressurgir das cinzas, algo ainda mais medonho. Mas na última quarta o Brasil colocou a cereja em seu bolo azedo ao eleger Fernando Collor para presidente da Comissão de Infra-estrutura do Senado.

Não bastará afastar Collor ou Renan. O que precisa mudar? Sem entrar na questão dos índices de educação e conscientização, que levam gerações para serem alterados, questiono: o que podemos mudar imediatamente?

Esse episódio me deixou com uma certeza: o PMDB precisa sofrer nas urnas pelas chantagens e patrimonialismo que pratica. Apesar de nunca ter votado na legenda, entro agora oficialmente na campanha pelo BOICOTE AO PMDB.

Para não tornar o post demasiado longo, não vou explicar historicamente (até onde sei, obviamente) porque o partido precisa ser boicotado e perder força para que o Brasil siga em frente. Vou apenas deixar a indicação de leituras para todos os que ainda guardam capacidade de se indignar.

Em primeiro lugar, linko aqui o único blog que encontrei em uma busca rápida pelo google dedicado a tratar do assunto. Trata-se do imprensa marrom.

Em segundo deixou o link para uma excelente matéria da CartaCapital sobre o partido e a eleição de Temer e Sarney para a presidência da Câmara e Senado, respectivamente.

E concluo com um artigo curto mas que vale a pena ser lido para compreender a ponta da questão. O artigo foi publicado no Globo e, ao que parece, no Estado de ontem. Nesse artigo, há uma diferenciação importante entre o PMDB e os outros grandes partidos.

Não sei se retomarei o tema no futuro, mas precisava deixar aqui esse registro. Quiçá outros não se identifiquem com a causa e se juntem ao boicote. O Brasil, creio eu, daria um grande passo isolando este partido sem face.


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Um Grande Maranhão: Demétrio Magnoli

"Hoje, o PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos." Na sua recente entrevista à Veja, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) concluiu explicando o motivo por que seu partido quer cargos. "Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral."

Antes que secasse a tinta que imprimiu as declarações de Jarbas, como se para comprová-las e ridicularizar a nota de frouxa indignação emitida pelo PMDB, veio à luz o episódio exemplar do Real Grandeza, o fundo de pensão de Furnas. A operação de tomada de assalto da direção do fundo, que administra um patrimônio de R$ 6,3 bilhões, foi tramada dentro do Executivo, pelo ministro Edison Lobão, que agia ostensivamente em nome do PMDB, e brecada na última hora por intervenção de um presidente da República acossado pela mobilização dos funcionários e pensionistas da estatal.

Lobão abriu sua ofensiva por meio de uma entrevista a O Globo na qual acusou os dirigentes do Real Grandeza de praticarem "uma bandidagem completa" e promoverem "uma grande safadeza" com a finalidade de "não perder a boca". Se as palavras do ministro tivessem significado, ele pediria demissão na hora em que foi desautorizado pelo presidente. Na outra ponta, Lula não o desautorizaria sem o demitir se a privatização da coisa pública não fosse moeda corrente no negócio que mantém com o PMDB. Mas Lula e Lobão nem sequer coraram: eles conhecem as regras do jogo.

Pedro Simon, um homem inocente, exigiu de Jarbas uma lista de nomes dos corruptos. Jarbas não fez uma denúncia de corrupção, mas um diagnóstico político, que solicita complementos. O sistema político brasileiro, reorganizado nos estertores da ditadura militar, articula-se ao redor de quatro grandes partidos: PT, PSDB, DEM e PMDB. Os três primeiros veiculam, bem ou mal, narrativas ideológicas sobre o Brasil e o mundo. O quarto, contudo, não é de fato um partido, mas a expressão maior do cancro patrimonialista que envenena todo o sistema político. No fundo, o PMDB é uma abóbada sob a qual se abrigam comandos de captura parcelar do Estado.

"O patrimonialismo é a vida privada incrustada na vida pública", escreveu Octavio Paz. Na mesma passagem de O Ogro Filantrópico, ele aponta o paradoxo crucial do Estado mexicano, que foi "o agente principal da modernização", mas "ele mesmo não conseguiu se modernizar inteiramente". O peso do passado manifesta-se na atitude do chefe do governo, que "considera o Estado como seu patrimônio pessoal" e, por essa razão, o corpo de funcionários públicos, "dos ministros aos contínuos e dos magistrados e senadores aos porteiros, longe de constituir uma burocracia impessoal, forma uma grande família política ligada por vínculos de parentesco, amizade, compadrio, conterraneidade e outros fatores de ordem pessoal". O Brasil não experimentou uma revolução que se institucionalizasse como partido oficial. Mas aqui, como lá, jamais se traçou uma fronteira nítida entre a "vida privada" e a "vida pública". O PMDB só existe porque inexiste essa fronteira.

Um tema crucial na literatura de oposição à ditadura militar brasileira era a crítica ao poder da chamada tecnoburocracia. Os militares excluíram os políticos do núcleo do aparelho de Estado. A Arena, partido oficial da situação, acolheu a parcela da elite política conformada com a subordinação imposta. No MDB, partido oficial da oposição, abrigaram-se os políticos insatisfeitos, que almejavam retornar ao centro do palco. A transição negociada de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves representou um triunfo do MDB. A tecnoburocracia retrocedeu e restaurou-se o acesso da elite política às fontes da riqueza pública. Sob a Presidência de Sarney, o líder da Arena transferido para o PMDB, salgou-se a terra em que germinava a oportunidade de uma reforma modernizante do Estado.

No México dos tempos áureos do PRI, as maiorias parlamentares eram automáticas. No Brasil, são construídas pelo Executivo, por meio da privatização oculta dos fragmentos mais cobiçados do aparelho de Estado. A corrupção é a face complementar da degradação do Parlamento. O PMDB é, por natureza, o eterno partido da situação. De Sarney a Lula, o partido sem programa nem ideias configurou as maiorias governistas de todos os presidentes. Agora, no acender das luzes da campanha de 2010, os peemedebistas formam provisórias colunas distintas, alinhadas atrás dos principais candidatos ao Planalto. O PMDB estará na próxima base governista, com Serra, Dilma, Aécio ou Ciro, praticando o esporte em que se especializou: chantagear presidentes, vendendo apoio parlamentar em troca de cargos que servem como chaves para "manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral".

O PMDB descrito por Jarbas, uma hidra de múltiplas cabeças, tem em Sarney sua figura icônica. O representante parlamentar do poder militar em crise, o presidente improvável que distribuía freneticamente concessões de rádio à sua vasta corriola enquanto o País naufragava no mar da hiperinflação, o "oligarca eletrônico" do pobre Maranhão, na síntese precisa empregada pela revista The Economist, converteu-se anos atrás em aliado interessado de Lula. Nessa condição, ele controla uma fatia do Estado, na qual se encontram o Ministério e as estatais subordinadas a seu afilhado político Lobão. Agora, com o patrocínio de um Lula que só tem olhos para 2010, a personificação do patrimonialismo retorna à presidência do Senado. Como disse Jarbas, seu desígnio é transformá-lo "em um grande Maranhão".

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ele chegou



Podemos ligar novamente o modo folia

domingo, 18 de janeiro de 2009

Abstrato

Abstratismos à parte, devaneios de lado, cumpre então divagar.
Serei capaz de fazer um poema?
que traduza estes dedos leves de brisa?
... esta cólica de saudade
... este rasgo de melancolia
... este cheiro de esperança úmido, recente
... este sopro de fé no futuro?
sem o que não vivo, não me movo,
sem que sou duro, burro e torto.

E onde esta brisa não bate?
Quem os acariciará com dedos leves de brisa?
Quão melancólica será sua saudade?
Quantos cortes de maldade?
Quem soprará um dizer estúpido, demente
... com odor de morrer prematuro?

Se eles pudessem, uma só vez
sentir a carícia do vento...
Onde os ares lhes levariam?
Em que chão se esborrachariam?
Para chorar, levantar e sorrir
Decolar para um vôo mais lento,
mais alto.
Onde a brisa não lhes afague o rosto
Nem os afogue num oceano de ar
Mas condense a esperança num rio
LiqueFeito para navegar.

Devolvam-me

Devolvam-me meus sonhos
Senão não consigo seguir
Senão não consigo lutar

Devolvam-me meus sonhos
Senão não consigo sorrir
Nem chorar

Devolvam-me meu tempo livre
Devolvam-me meus ideais
Devolvam-me as horas vagas
pra fatos e papos banais

Acorretem-me, de novo, ao imprevisível
Masturbem-me o sonho
Devolvam-me o gozo onírico

Modifiquem-me a rota
Libertem-me da velha rotina
Abram-me e fechem-me outras portas
Devolvam-me a luz à retina

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O desafio

É preciso sentir
Soltar a criatividade
Abrir as portas da percepção
Se emocionar
Deixar as influências externas nos tocarem no fundo, no âmago
Para tecer novos conceitos
Rever preconceitos.

Não à toa
os mais preconceituosos são os mais insensíveis
os mais cheios de si
os mais egoístas
perdidos em seus próprios mundos
incapazes de reconhecer sua própria insignificância.

Seguem fortes
buscando sempre a vitória
[como todos]
mas sem saber reconhecer as derrotas.
Usando o preconceito como escudo
para não se reconhecerem piores, em qualquer momento
para menosprezar e não se sentirem ameaçados.

Sentem-se ameaçados.
pois não querem perder o posto de donos do mundo.
posto que ninguém nunca ocupou
nem ocupará, posto que queiram.

Por isso,
só um despertar de emoção sincero
será capaz de derrubar essa máscara
desfazer essa farsa.

O desafio:
é sensibilizar os insensíveis
é tocar os que não se deixam
é derrubar a lágrima do que não chora
é fazer gargalhar o ranzinza
é transformar essa gente cinza
em vida
em gente colorida.

Crônicas de um Palestrino 5 - Pré-temporada 2

A pré-temporada é o ano novo do futebol.

Encerrado o período de festas, surge aquele ânimo de sonhar com dias melhores para o ano seguinte. Fazemos planos, renovamos as energias, sonhamos sonhos mais altos. Começado o ano, tentamos abandonar velhos hábitos e incorporar novos, perder a barriga, nos alimentar melhor... enfim, tentamos progredir. Quando menor, por exemplo, lembro-me de me prometer tomar banho todos os dias no ano seguinte. A virada do ano promoveu um grande avanço em minha vida, sem dúvida.

Quando as mudanças não dependem dos outros o exercício de mudar é muito mais simples e gratificante. Basta virar o ano e lá vamos nós, correr todas as manhãs antes do trabalho, economizar dinheiro, consumir cultura...

Já quando as mudanças dependem dos outros, a angústia é interminável. A ansiedade por dias melhores nos aflige a atormenta. Este é o caso dos meus últimos dias, em um campo específico da vida, que é o campo do(e) futebol.

Assim como no “mundo real”, encerrado o ano (Campeonato Brasileiro) todos os torcedores em algum momento param para fazer aquele balanço e passam a sonhar e planejar o ano seguinte. Para o torcedor palmeirense, entretanto, virou o ano e aqueles sonhos de vôos mais altos chocaram-se com o duro chão da realidade. Dois mil e nove deveria ser “o” ano. Essa era a promessa que tanto ouvimos. Mas a mudança para melhor tão desejada (que de nós nada depende) tem demorado a acontecer e as novelas das contratações parecem intermináveis.

Assim, compulsivamente, reviro três ou quatro sites de notícias e a blogosfera especializada atrás de alguma notícia animadora, mas o destino não quer dar paz à este verde coração.

E assim meus dias neste campo seguem aflitos. Enquanto tento me livrar de velhos hábitos e procurar um rendimento mais eficaz no trabalho, a distração compulsiva e a preocupação permanente me movem a clicar repetidas vezes nos RSSs de notícias do verde.

E fico a me perguntar, com uma pulga atrás da orelha: quantos, como eu, estarão a fingir que trabalham neste exato momento?

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E antes de postar isso tudo, vejo através deste blog que eu mesmo, 363 dias atrás, vivia a mesma situação de ansiedade. Naquela ocasião, com menos novidades e motivação para o “mundo real”, mas carregando muito mais otimismo no enorme espaço verde do meu coração.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Guernica e Gaza


Em 1937, a cidade de Guernica, do País Basco, foi bombardeada pela força aérea Nazista.

Um gênio, Pablo Picasso, retratou os horrores desta guerra na tela que levou o nome da região bombardeada. Guerra que vitimou não só o povo basco, mas acima de tudo e principalmente, o povo judeu.

Mais de 70 anos depois, não posso crer no que vejo, leio. Só tenho uma certeza. Este povo e (ou seus governantes) não aprendeu nada com as lições do passado. A minha revolta é enorme, e torço para que um Picasso palestino possa eternizar a vergonha de Israel com talento semelhante.

Shame on you Israel. Shame on you.

Sabemos que a paz ainda é mais importante. Eles não. Eles estão surdos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Porque é ano novo...