quinta-feira, 27 de março de 2008

Sei lá...

É, não sei mesmo.
É duro quando a gente vê que se aproxima o fim de uma Era.
Mesmo quando era uma Era ruim. Ainda sim,
era uma Era.
 
Daí o novo vem, arrebatando tudo.
Percebe-se, só aí, que nossos atos surtem efeitos.
Uma lágrima enche um olho ali.
Outra escorre acolá.
Inundando o peito de calor.
Apaziguando a dor.
Ainda que só por um instante.
 
E para encerrar o velho,
a Era que já era.
é difícil.
 
Prazos estourando em todos os cantos,
insatisfações milhares.
Inércia,
dificuldade de se mover,
de ir atrás do nosso querer.
 
Pendências duras de serem resolvidas,
mas tão necessárias.
Porque senão,
deixam os outros na mão.
Porque senão,
não cicatrizam no meu coração.
Porque senão,
não adianta o tempo passar
E a gente passar o tempo na espera.
 
Pendências indigeridas, indigestas
E a velha Era não se encerra.
 
Por isso, quando algo acaba, a hombridade nos manda encarar de frente.
Mesmo que seja algo duro, triste.
Mesmo que nem para nós, seja algo contente.
O que importa, é... sei lá.
algo que pulsa, no peito a palpitar.
Algo a soprar, mandar 
um corrigir de direção.
Algo a pedir, clamar,
um pouco mais de atenção.
 
Aí, então,
palpite incerto,
só para sair da certeza agustiante,
de que algo está errado.
 
Entro n'aventura errante,
Coração amargurado.
Sem certeza do futuro
nem ter medo do passado.
 
Aí então,
torço para estar por perto,
um lugar mais belo e puro.
um local mais lindo e raro...
 
Sei lá! Vai saber...
deixa a água correr...
 
Sei lá! Sabe lá...
deixa o pranto rolar!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Rádio DoGómez no ar... e pés no chão.

Finalmente, consegui colocar no ar a Rádio DoGómez, sincronizada com meu iTunes, além de tudo. À princípio, a rádio deveria trazer só coisas interessantes e novas, que eu julgasse não ser de conhecimento comum.

De qualquer forma, ela compartilha um pouco do meu gosto musical e, por que não, pode trazer alguma novidade para alguém, relembrar uma canção esquecida, sei lá... Aceito críticas e comentários.

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Rádio à parte, o blog atinge a marca de 400 visitas únicas. Será que chega nas mil? Definitivamente não é o que mais importa.

O que mais importa é saber que há mais alguém por aí interessado em sonhar com os pés no chão.

E assim, se voa longe... Tomara!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Sentido

Saiu pela rua, procurando encontrar um sentido.


Não um sentido para a vida, assim, em sentido amplo. Nem mesmo um sentido, assim, no sentido estrito, de ter de onde ir. Podia simplesmente ir para onde os pés ou o nariz apontavam. Virou à direita, convicto que sim, era isso. Era nesse sentido que divagava e vagou, à procura de algum sentido.


Olhou as pessoas atribuladas, correndo de um lado para o outro. Fazendo o quê? Iam para onde? Em busca do quê? Sentiu-se só, naquela multidão. Todos sós, todos em sentidos opostos, desviando dos carros, dos buracos nas ruas, de balas tão perdidas quanto cada um em meio àquela multidão.


Observou aquele caos sem sentido. Sentiu pena de si, dos outros... Quis sair. Dobrou à direita e saiu pela rua, procurando encontrar um sentido.


Fechou os olhos e ouviu o canto maligno da cidade. Motores, buzinas, pneus, vozes abafadas. Nenhum canto de pássaro, nenhum grilo, cigarra ou equivalente. Nem sequer um latido. Quis gritar o seu grito contido, mas berrou um eco emudecido. Baixou os olhos para o lixo na sarjeta, assistiu mais um papel de bala cair ao chão e pensou: esse mundo está perdido, nada disso faz sentido.


Saiu pela rua, procurando encontrar um sentido.


Mas antes disso, respirou fundo até encher de fumaça os pulmões. Soltou o ar, sentindo-se aliviado. Deu nova tragada equivalente a cinco cigarros por dia, jogou a fumaça de volta ao esgoto, sentiu-se aliviado, tonto e sem sentidos. Quis andar, sair pela rua... atrás de alguma sensação, sim, algo que lhe restabelecesse algum sentido. À direita e avante, reiniciou seu caminho em círculo.


Parou no bar mais próximo, em meio a bebidas e cigarros, bêbados e fumantes. Desgostoso, comeu outro enlatado insosso: edulcorantes, conservantes, colorantes e aromatizantes. Respirou fundo, pensou colorir sua rotina sem gosto. Amortizou sua fome de vida e sentiu-se feliz, sem perceber que tal não fazia sentido.


O amor cruzou a rua e olhou-lhe nos olhos vermelhos. Se ela pudesse ver atrás dos seus óculos o olhar tenro que lhe retribuía. Se ela pudesse sentir o coração que fervia, atrás daquela fina gravata.


Se ele fosse capaz de atravessar aquela multidão, aquelas partículas sólidas de fumaça... Se fosse capaz de lhe dirigir doce palavra, ouvir sua doce voz, em meio à tanto ruído... Se pudesse sugar o mel dos seus lábios, tudo seria possível, faria sentido.


Hesitou por um momento, num instante perdido. Blasfemou o minuto corrido, o relógio girando em sentido anti-horário. Lamentou o passado e o peito moído, sua cara de otário, o sofrimento vivo e sentido.


Dentro da bolha permaneceu, dando voltas no quarteirão. Com insulfilm nos óculos, com blindagem no coração. E apesar de frágil como uma mosca, viveu "feliz" para sempre, a vida de sucesso dos fracassados.


Seguiu a vagar pela rua, massacrando seus próprios sentidos, sem sentido. Sempre à procura da cura, à procura de algo perdido, que pulsasse em seu peito vazio, doído.

Clássico

Sensibilidade à parte, vai ter clássico no domingo.
 
Não que isso seja motivo para colocar os textos mais emotivos de lado. Justamente o contrário: clássico é emoção e há muito o alvi-verde não tem um elenco tão capaz de medir forças com o tricolor.
 
De um lado, um time aspirante à títulos, mais bem encorpado, em melhor fase e com mais sede de vitória. De outro, um time que na história recente ficou habituado a vencer e em evolução, sem débitos com sua torcida e com jogadores experientes e perigosos.
 
Para por ainda mais pimenta, o jogo é decisivo para as pretensões de classificar de ambos os times.
 
Qualquer palpite é perigoso. Mas o coração alvi-verde palpita mais, mais aflito, ansioso por qualquer pequeno troco que possa ser dado aos tricolores pelo passado recente.
 
Tem tudo para ser um jogão.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Crônicas de um palestrino 3 - O time de 1996.

O time de 1996 do Palmeiras foi um dos melhores que já passou pela face deste humilde planeta. Mais de 100 gols no Paulistão, no qual foi campeão.

Vice-campeão da Copa do Brasil, em virtude de uma falha individual do goleiro Velloso, que ainda mora no coração do palmeirense.

Me faltaria memória e emoção para escrever sobre este time, emoção que senti ao ler essa crônica do Armando Nogueira, copiada abaixo. A coluna fala mais do que eu poderia dizer, em mil palavras.

Realmente, o negócio ali era sério:




A coluna foi retirada do Blog do Roberto Galluzi Jr., que escreve no site da globo.

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