sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Meus ramos

Peito vazio.
Mente vazia.
Oficina do diabo e campo fértil para semear novos sentidos, novas idéias, onde os ramos da minha imaginação tornaram-se mais firmes, mais robustos. Mas os caminhos do pensamento ainda patinam na encruzilhada da mente, sem saber em que direção estes ramos buscarão mais luz.

A ansiedade pueril passou. Já sei que o vento não vai mais derrubar tão facilmente esta árvore. Suas raízes também não descolarão do solo numa busca intensa suicida por me queimar no sol. Com a base mais firme, sinto até que meus galhos podem ir além. Quem sabe até, ser belos... Quem sabe até, render frutos...

Quem sabe jogar outra semente ao mundo?

Já se foram muitos e muitos invernos. Alguns mais rigorosos (e quanto frio eu senti!), outros bem mais amenos. Aprendi a me aquecer no fogo da amizade, no colo da família, nos braços dos abraços queridos. Foram tantos invernos, que mesmo ao me perceber cercado de amores, e mesmo assim cada vez mais só e desamparado em minha jornada, nem mais frio fui capaz de sentir. Mas observando as estações compreendi que a vida iria me deixar florescer daqui algum tempo.

E se já fui uma planta frágil num vazo ruim de quebrar, hoje não é uma rajada de sonho que me arranca as raízes do solo. Não é qualquer promessa fútil de luz que me faz desabrochar em flor, em riso. E se já me esparramei exuberante na primavera, hoje o medo de quebrar a cara recomenda não exibir muito as flores alegres do meu coração. Há muito mais cuidado para evitar que minhas frutas e cores deixem de embelezar o passeio para se tornarem um troféu de escárnio numa estufa, uma simples arte morta exibida nos jardins do egoísmo alheio.

Por isso no meu tronco, seguirão para sempre as marcas do passado. Até que um simples vento venha me jogar ao chão. Até que minhas idéias e flores venham a tornar-se adubo para outras primaveras. Ou que meus rancores e mágoas salguem a terra por onde passei.

Mas sendo bem sincero, eu estou do lado da vida... e não há nada que possa ser feito para me mudar de de lado.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Os Caretas

Adapatação de texto originalmente escrito em 12.09.06, mas que reflete o que sinto até hoje.

E que se fodam os caretas.
E que se foda toda sua hipocrisia, seu sorriso amarelo.
Danem-se todos os números que movem seu corpo,
Danem-se boletos e extratos bancários.
Danem-se os guichês, filas, senhas, holerites.

Explodam os caretas.
Enforquem-se em suas gravatas, ternos, paletós.
Afoguem-se com seus contadores, procuradores, procurações.
Danem-se todos os burocratas.
Ratos sujos que se alimentam de leis em putrefação.
Corrijam já, monetariamente, seus créditos.
Atualizem todos os valores que possuem.
Mas não ousem corrigir minha postura,
Tampouco meu modo de enxergar a vida.
Não sonhem em me atualizar sobre o mercado.
São vocês que vivem no passado.

Corretivos, corredores, corretores.
Fugitivos, roedores, desertores.
Desistiram da vida mais bela.
Traíram a prosa e a poesia.
Persistiram, suicidas, nesta cela.
Desistiram da rosa e da alegria.

Enquanto o mercado opera seus lucros,
E o dióxido de carbono destrói meu pulmão,
Cola em minha garganta e me sangra o nariz.
Enquanto morro enforcado em gravata,
Sufocado em fumaça.
Enquanto esquivo da bala perdida...
Há um lugar em que,
Durante todos esses dias,
A natureza bebe da água limpa.
Indiferente e despreocupada.

Caretas malditos,
Covardes!
Não haverão de me contaminar!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Nóia

A verdade por trás da Gripe Suína:

Dinheiro, e muita nóia nóia nóia nóia nóia.

ASSISTAM!