domingo, 25 de maio de 2008

Música na Net

Apesar de não gostar de poluir muito o visual, recomendo fortemente estes sites, que podem ser boas fontes de conhecimento musical e distração. Substitua o Faustão meu caro, eu recomendo!

www.accujazz.com - um site só de jazz, em que você escolhe o que vai ouvir por estilo.

www.musicovery.com - onde você escolhe o que vai ouvir de acordo com seu humor.

www.jamendo.com - site só com músicas com licenças abertas, que qualquer um pode utilizar em seus filmes, por exemplo.

www.lastfm.com - você indica o artista e o site toca artistas parecidos para você.

Tem algo para indicar? Deixe um comentário!!!

Inspiração perdida

Um poema pelo poema que não foi escrito,
pela crítica viva e mal digerida,
pela vida sonhada e não vivida,
Pela obra roubada, pela obra perdida.

Um canto pelos cantos sufocados,
pelos cantos calados,
pelo canto no canto entocado.
Uma voz pelo canto encantado.

Uma lágrima pelo choro contido,
a salgar um sorrir desbotado.
Uma lágrima de amor reprimido,
a salgar um chorar colorido.

Uma voz, uma lágrima, um canto,
em busca do poema abortado,
do grito oprimido,
no reinado da inspiração perdida.

Que brilhou sem ninguém ver,
que comoveu sem derrubar lágrima,
que encantou sem sequer mover o canto dos lábios
que ignorou a rotação planetária e todos os dias sem cor
que morreu enjaulada, sem ser comunicada,
que foi enterrada na caixa de sapatos das lembranças esquecidas.

Um poema pelo que podia ser, mas não foi.
Que não foi por pura estupidez,
por medo de achar a saída
um poema pela inspiração perdida.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O feio

Banalizaram o feio!
E agora?
O feio está tão na moda, mas tanto, que a moda passou e o feio ficou.

E agora?
Banalizaram o feio. E a feiúra é tão comum, tão ordinária e cotidiana, que deixou de ser feia...

E sem o feio, não há o bonito!
Sem o belo, e agora?

Nos renderemos, então? Seguiremos a corrente de banalizar o feio, tornar ainda mais horroroso o que já é horrível? Estaremos só a procura de algum destaque, à procura da nova feiúra da moda?

Não é bonito ser feio!
Nem mais contestador, isso é.
A maior bravura, a maior atitude hoje, é desafiar a moda e ser... talvez honesto, talvez até elegante. (quão fora de moda essas palavras).

Ser e criar o belo ficou tão difícil... Não bastam mais palavras de amor. Não bastam mais flores, presentes. Nós já não temos o absurdo para nos orientar.

Os limites foram todos rompidos e a flor feia nem consegue mais brotar no mundo de asfalto.

Pensam que ela é feia, que está fora de moda! Feios são eles! E a fumaça que lhes turva a visão!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Em tempos de aquecimento global 4

Ainda sobre este assunto: duas notícias que não podem passar em branco, ambas veiculadas no Estado de S.P.

A primeira, no Estado de ontem, diz que a velocidade dos ônibus em São Paulo chega a atingir 2km/h na hora do rush. Outra, de hoje, divulga pesquisa realizada pelo Idec, na qual se revela que o preço das passagens de metrô em SP e RJ é proporcionalmente mais caro que nos outros países pesquisados.

Qualquer relação com trânsito, poluição e emissão de gases estufa será mera coincidência?


terça-feira, 13 de maio de 2008

Em tempos de aquecimento global 3...

Mais uma notícia para parar e pensar: o que será que isso tem a ver com o já aqui mencionado??? O que será que tem a ver com nossos hábitos, nosso modelo de desenvolvimento.

Não se trata só de trânsito, do tipo de combustível e energia que produzimos. Trata-se da organização espacial do trabalho, do modo que vivemos, da paixão pelo crescimento, pelos grandes negócios, do nosso excesso de individualismo.

Sei que é óbvio. Mas não custa lembrar.

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Taxa de CO2 na atmosfera bate recorde em 2007

O nível de concentração na atmosfera de dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa, bateu novo recorde. De acordo com o observatório de Mauna Loa, no Havaí, o índice em 2007 chegou a 387 partes por milhão (ppm) - cerca de 40% a mais do que havia antes da Revolução Industrial, no século 19.

Essa é também a mais alta concentração nos últimos 650 mil anos, de acordo com dados paleoclimáticos. O observatório é o centro mais tradicional de medição de CO2 no mundo, realizando análises ininterruptas desde 1959. Partiu dali o primeiro alerta de que a quantidade de gás cresce anualmente, confirmado depois por outras fontes.

Os dados ainda são preliminares e foram publicados no site da Noaa (www.noaa.gov), a agência americana de atmosfera e oceanos. Eles mostram também que, além da concentração recorde, a taxa de crescimento entre 2006 e 2007 foi alta, de 2,14 ppm. Em 2006, ela foi de 1,72 ppm. Nos últimos dez anos, essa é a 5ª taxa mais elevada, depois de 1998 (3 ppm), 2002 (2,55), 2005 (2,53) e 2003 (2,31). Entre 1970 e 2000, a concentração cresceu cerca de 1,5 ppm por ano.

A estimativa de crescimento anual de Mauna Loa pode ser diferente da média global. Contudo, os cientistas do observatório estimam que a diferença é pequena, de cerca de 0,26 ppm.

A concentração de CO2 na atmosfera e de outros gases, como o metano (NH4), emitidos especialmente por atividades humanas, é a causa do efeito estufa exacerbado e do aquecimento global que ocorrem hoje, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Atualmente, o único acordo global que visa reduzir a concentração de CO2 é o Protocolo de Kyoto, em vigor desde fevereiro de 2005.

Ele, contudo, está distante do necessário: é voltado apenas para os países desenvolvidos, que devem cortar suas emissões em 5,2%, em média, até 2012.

Fonte: http://www.estado.com.br/editorias/2008/05/13/ger-1.93.7.20080513.6.1.xml

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Inclassificável

Chame-me do que quiser, porque não tenho nome. Defina-me, se puder, mas já adianto: não poderás.

Sou mutante, mutável, mas sou capaz de permanecer o mesmo quando me convém. Mudo de bairro, de rua, de cidade. Mudo meu corte de cabelo, meu jeito de vestir. Mudo meu jeito de ser. Sou mudo mas não fico calado, morto, enterrado. Mudo porque sou vivo. Canto porque me faz vivo.

Sou da classe inclassificável, ainda que todos me julguem, rotulem. Sou louco, sou sóbrio, liberal-comunista. Sou como meu mundo, nosso mundo. Um mundo que gira, que roda, mas que uns poucos querem fazer girar para trás. Mudo meu mundo. O mundo me muda. Sou tudo o que quero e não quero ser.

E quando penso, já sou. E quando calo, mudo escutando o que me quer diferente.

Sou novo, sou velho, inovador. Criativo, antigo, embromador. Sou apenas um bêbado, embriagado de horror. Sou apenas um monstro, entorpecido de dor.

Sou tudo, nada, sou como você é, como você quer e não quer ser. Estou em todo o lugar, mesmo sem me levantar. Sou feio, sou lindo, sou torto, estranho e comum.

Sou claro, sou negro, desbotado e colorido. Estou contigo onde você estiver. Sou e estou em todo lugar, mesmo estando em lugar nenhum.

Sou muitos, sou todos. Sou um.

Sou como você quer e não quer. Foda-se: chame-me do que quiser.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Por enquanto: X

Por enquanto X...
Sei lá o que é o amanhã,
Sei lá o que foi ontem,
Sei lá qual a próxima palavra,
A palavra.


Vou saber o que pensar
Se mudo o que penso a cada instante?
Vou saber o que querer,
Se quero o que posso e mais um tanto?


Sei lá...
A imprevisibilidade da vida ora me assusta,
Ora me excita.
A previsibilidade ora me acolhe,
Ora me encolhe, me tolhe.


Vai saber...
A vida é frágil demais.
Os caminhos todos, são tortos demais.
As emoções, a alegria é fugaz.


Sei não...
Um dia a gente toda pira, fica louca. Sai de touca e cueca na rua.
Sei não...
Um dia a gente exorcisa toda injustiça, ou a faz o injusto com as próprias mãos.


Quem sabe...
E se as coisas voltassem a ser como antes?
E se as coisas forem melhor no futuro?
E se agora for meu melhor instante?
O que nos aguarda...
Quem sabe?


Por equanto X!
Só sei que agora: X.
Só sei que não sei nada.
Apesar de saber tanta coisa,
E ter tanto a dizer...


Só sei que a imprevisão ora me esmaga,
Ora me afaga.
Que a previsibilidade ora distrai,
Ora me trai.


Vai saber...
O amor é louco, rapaz.
E somos todos novos demais...
Nos corações, na vida fugaz.


Sei não...
De repente o tempo melhora e evapora. Sobra só realidade nua e crua.
Sei não...
De repente a gente sente... e é pura ilusão.


Quem sabe...
Por enquanto X!
E viver a incógnita me faz mais feliz!
Ou não...