domingo, 25 de maio de 2008

Inspiração perdida

Um poema pelo poema que não foi escrito,
pela crítica viva e mal digerida,
pela vida sonhada e não vivida,
Pela obra roubada, pela obra perdida.

Um canto pelos cantos sufocados,
pelos cantos calados,
pelo canto no canto entocado.
Uma voz pelo canto encantado.

Uma lágrima pelo choro contido,
a salgar um sorrir desbotado.
Uma lágrima de amor reprimido,
a salgar um chorar colorido.

Uma voz, uma lágrima, um canto,
em busca do poema abortado,
do grito oprimido,
no reinado da inspiração perdida.

Que brilhou sem ninguém ver,
que comoveu sem derrubar lágrima,
que encantou sem sequer mover o canto dos lábios
que ignorou a rotação planetária e todos os dias sem cor
que morreu enjaulada, sem ser comunicada,
que foi enterrada na caixa de sapatos das lembranças esquecidas.

Um poema pelo que podia ser, mas não foi.
Que não foi por pura estupidez,
por medo de achar a saída
um poema pela inspiração perdida.

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