quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pro dia nascer feliz

Hoje eu estendi de novo minha bandeira do verde na mesa de Centro da Sala. Pela segunda vez. A primeira foi contra o Sport na Ilha do Retiro.

Hoje eu vesti de novo a minha camisa da sorte. Uma camisa comprada na frente do Morumbi, minutos antes de Palmeiras 5 x 0 Ponte Preta, na final do Paulista 2008. Camisa cuja história está retratada aqui.

Hoje eu pensei (e me penalizo por isso!) que tudo estava dando errado. Que a bola do K9 não queria entrar. Que o Pierre e o Diego saíram machucados e que isso só podia ser um sinal. Que o Cleiton Xavier não acertava um cruzamento!

Mas o Pierre voltou machucado a campo para salvar um gol do Colo Colo. E o Cleiton tinha guardado toda a sua precisão para o último chute.



Chute esse que me lembrou o chute abaixo do PET, no Flamego contra o Vasco, na final do Carioca de 2001.



Fantástico! As imagens valem mais que qualquer palavra. Pobre do vizinho, que já havia notificado o síndico pelo toque da minha corneta de plástico, e que às 00:00 da madrugada ouviu os mais agressivos palavrões e berraria de 3 marmanjos vestidos de verde.

Não me importo com ele! Hoje é dia de dormir feliz. E amanhã é dia de acordar sorrindo!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Diego: nem só de glórias se faz um ídolo.

O acontecimento mais relevante no mundo do futebol neste fim de semana, ao menos pare este que vos escreve, não foi o título do flamengo, a vitória do ascendente Corinthians com gol e brilho de Ronaldo ou a esplêndida partida do pequenino Madson.

O fato realmente relevante do final de semana foi a consumação de um processo que desde meados de 2008 já estava em curso. A partida entre Palmeiras e Santos, no Palestra Itália, acrescentou com tintas duramente removíveis o adjetivo ídolo ao nome de Diego Souza.

Nem só de glórias se faz um ídolo. O exemplo de sábado é a mais perfeita ilustração dessa máxima. Diego Souza forjou-se ídolo na base da disposição, da raça, da vontade de vencer e do orgulho de vestir um manto que não cai bem em qualquer um.

Nem só de glórias se faz um ídolo. É extremamente fácil recorrer ao lugar-comum e crucificar Diego por seu comportamento violento. Jornalistas pobres de espírito como Fernando Calazans, do fraco Globo, que o façam. Que os frios (ou nem tão frios) amadores-profissionais do futebol o analisem sob essa distorcida ótica. Deixemos o mais novo bobo da corte do SPFC (aliás, que escola a criada por Marco Aurélio Cunha!!!) atinja Diego à pretexto de falar do árbitro da partida.

O amante do futebol compreende Diego, um dos poucos no elenco alviverde a incorporar o espírito de competição e a vontade de vencer necessários em uma decisão. Pudera o Palmeiras ter 11 Diegos em campo. Quiçá 9, tão dispostos quanto ele para se juntarem à Marcos e Pierre.

Não é apenas de talento, lindos gols e passes perfeitos que se faz um ídolo. Diego possui essas qualidades. Mas um ídolo precisa de atitude. E a reação de Diego foi a reação de um homem de atitude. Foi o transbordar de uma frustração enorme em não ter conseguido transformar toda sua raça e qualidade em vitória. Apesar da expulsão e do provável gancho que pegará, Diego saiu de campo consagrado como um ídolo. Ao contrário do apagado Keirrison, que sumiu nos momentos em que o time mais dele precisou.

Chego a importar-me pouco com a eliminação do meu time do coração nas semifinais de um já desgastado, porém importante, Paulistão. No último sábado, algo muito maior foi conquistado: uma conquista pessoal de Diego; uma conquista para toda torcida do Palmeiras.

A partir do dia 18 de abril de 2009, Diego passou a contar com a confiança e apoio irrestrito do torcedor alviverde. Não há gancho ou punição que lhe possa roubar isso. É verdade que Diego precisa amadurecer para não cair em provocações fúteis como a do grosso Domingos. E é importante que a sua atitude violenta não se repita. Mas por sua hombridade, Diego precisa ser respeitado e aplaudido, não crucificado.

O futebol me relembra mais uma vez uma importante lição de vida. Raça e gana de vencer são sempre mais importantes que a vitória. O erro é irrelevante e perdoável quando é cometido pelos motivos certos, com vontade de acertar. Diego foi injustiçado no último sábado porque ele merecia a vitória. Porque merecia companheiros mais dignos atuando ao seu lado.

No final da partida de sábado, Diego trouxe o lado humano, emocional e verdadeiro de um homem volta ao campo. Em proporções muito menores, fez o que Zidane quando este devolveu o mundo do futebol à realidade, mandando às favas a frieza profissional e as regras do jogo.

Diego libertou o torcedor do sofrimento de uma derrota sem luta. Diego forjou-se ídolo na raça e na atitude. Não no embalo alegre da vitória.

Diego perdeu, mas deixou o campo de cabeça erguida. Domingos e muitos dos companheiros de Diego não puderam fazer o mesmo.



Ps1: Digam o que quiserem. Eu estou com Diego e não abro.
Ps2: Leiam o ótimo post Sete Belo do Cruz sobre isso.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

BeatlesTube

Essa é pra quem é fã do quarteto de Liverpool, que dispensa apresentações.

O BeatlesTube se propõe a organizar todos os videos da banda que podem ser encontrados na rede. E do lado do video, ainda aparecem a letras das canções.

Não sei se o site foi construído legalmente, respeitando todos os direitos de autor da banda. Se não, aproveitem antes que saia do ar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Informação da Sociedade

Que vivemos na sociedade do conhecimento, em que a informação assume papel cada vez mais central na criação de riqueza e bem-estar, creio que ninguém mais duvida.

Mas temos a real dimensão do que isso significa? Esses dias recebi um vídeo que ajudar a dar um pouco dessa dimensão.



Me chocaram alguns números, como aquele que apresenta a quantidade de trabalhos de uma pessoa em relação à sua idade. Ao assistir tantos dados nestes breves minutos, reafirmou-se em meu peito a sensação de que não consigo apreender tanta informação, de que nunca mais vou conseguir ler todos meus e-mails, nem todos os livros que posso comprar, ou todos os jornais a que tenho acesso.

Uma imensa vontade de migrar para uma terra mais tranqüila e não tão competitiva inundou meu coração.

Mas não recuso (na verdade até admiro) o fato de que o mundo está mudando, e cada vez mais rapidamente. Tampouco ignoro que a tecnologia da informação e comunicação, hoje, é tão essencial quanto a eletricidade para o desenvolvimento. Devemos caminhar nesse sentido e os números acima expostos apenas reafirmam isso.

A minha crítica ao vídeo (que na verdade nem é minha mas para a qual muito bem me chamaram a atenção) é a ausência de qualquer abordagem à questão da desigualdade de acesso à tais tecnologias e o abismo social que decorre dessa realidade.

Mas deixarei de reiterar o que já é por todos sabido (mas que ainda precisa ser dito). A vontade era apenas de compartilhar o vídeo e um pouco da angústia de viver os anos 2000.

Dito tudo isso, resta apenas saber: por que inundei com mais uma gota esse infomar?

sábado, 4 de abril de 2009

Por mais liberdade

Desprendam-me.
Desprendam-me de mim mesmo
para que eu possa voar.
Deixem-me deixar meu corpo
para que meu corpo seja eu sem pensar
Deixem-me deixar meu corpo
para que meu sonho possa enfim decolar.

Deixem-me viajar os céus.
Desprendam-me

Desprendo-me
Deixo-meu pousar em um outro contexto
Permito-me ser amarrado por novos laços
Ser envolto em novas idéias
Permito-me plantar novos pensamentos
Semear novas relações
Autorizo-me a fincar novas raízes
e aprofundá-las para beber d'outra água.

Proíbo-lhes arrancá-las
Proíbo-lhes tolher minha diversidade.

Afasto-me, para me observar de longe.
Afasto-me, para me observar diverso.
Retorno, para me reinventar de novo
Renasço para me traduzir em outro.

Desprendam-me
Deixem-me
Proíbo-lhes

Desprendo-me
Permito-me
Renasço

Sendo o outro, sempre através de mim

Soltos

Não tente reduzir o que há de racional em mim
Não tente, menos ainda, massacrar o que há de animal em mim.

Sou em ser de várias metades, complementares
Nem só razão, nem só paixão
Sou um ser em várias frações, covardes,
que empurram e freiam a minha ação.

Sou um ser de muitas nações!
Do bloco dos loucos,
do bloco dos sábios,
do bloco dos bêbados e sem sentido
do bloco dos sóbrios e do eu sozinho.

Sou de muitas ações
Ações em sentidos diversos
Logicamente, incoerente
Sem nexo como meus versos.

Mas você, aí, de pés no chão...
Não me julgue por andar fora da linha,
Pois a minha menor distância entre dois pontos
É uma estrada de muitas curvas e declives
Onde a lua é uma bússola com muitos nortes
Dando sentido aos sem rumo
E rumo ao que não faz sentido.