terça-feira, 30 de setembro de 2008

MySpace Música 2 - Wado e VulgoQinho&osCara

Como o MySpace é realmente incrível pra quem gosta de música e como eu acho que a informação tem mais é que circular mesmo, decidi criar um título só pras dicas de sons encontrados por lá.

Então toda vez que você ver esse título aí em cima, terão umas duas ou três dicas de bandas interessantes encontradas por lá.

A primeira é uma que já encontra algum espaço por aí (tocaram no SESC outro dia), chamada VulgoQinho&osCara. Se gostar do som, vale a pena dar um conferida no site dos caras.. A banda faz um rock/MPB bem interessante, melódico e com vocais excelentes. Eles fazem uma ótima versão da Música Juízo Final de Nelson Cavaquinho e Elcio Soares. As músicas próprias também são muito boas e com letras inteligentes.

Também recomendo um artista chamado Wado, de Maceió. Suas músicas são extremamente criativas e bastante inovadoras, com bastante experimentação eletrônica. As letras são muito bacanas. Gostei bastante das faixas 'Fita Bruta', 'Pendurado' e 'Fortalece aí'.

Hoje é isso. Ia indicar mais uma mas prefiro ouvir direitinho antes pra ver se é bom mesmo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Eu vou seguir...

Eu vou seguir por aí, seja onde por aí for. Eu vou seguir aonde for, o caminho que já trilhei. Eu vou seguir sentindo muito, e mais, e sempre, a dor e a alegria de sentir muito, e mais, e sempre.

Quando correr uma lágrima em meu rosto, não se assuste. Provavelmente não estarei chorando, nem sequer sofrendo. Provavelmente estarei apenas emocionado, imaginativo, me colocando no lugar de alguém, vivendo uma outra vida, ainda que por só um segundo. Provavelmente estarei apenas emocionado com a riqueza de sentidos de uma situação, uma riqueza que só cada um é capaz de enxergar e que ninguém é capaz de descrever.

Mas se eu estiver chorando, me ampare.

Quando eu esboçar eu sorriso, sorria. Ainda que existam mil sorrisos amarelos e falsos em meu rosto, um sorriso é um sinal de paz, uma grande bandeira branca. Se eu esboçar um sorriso, ainda que amarelo ou falso, me ajude a sorrir de verdade. Meu sorriso é meu cartão de visitas, convidando minha alegria a sorrir em tua vida.

Se eu me sentir frágil, desamparado, não me console e nem me dê forças... Só evite me machucar.

E se me sentir forte demais, me deixe sonhar. Se eu ultrapassar o limite do sonho, não me toque, não enquanto o sonho não tiver acabado. Mas me ajude a não me esborrachar quando cair das nuvens. E só me diga que errei, quando a dura realidade se mostrar dura.

Se algum dia eu lhe ofender, me explique por quê. Não existe nada pior que errar sem saber.


Se tudo isso ou nada disso acontecer, só não me ignore quando eu for à você. Desse tipo de mal já cansei de sofrer.

...

Eu vou seguir por aí, tentando chegar seja lá onde for. Eu só lhe peço que respeite, as flores que planto no meu jardim.

É simples assim.

O mundo vota Obama

Estratégias de marketing à parte, poder manifestar a simpatia por Obama (ou McCain) é muito interessante.

É o que permite o site da Economist: http://www.economist.com/vote2008/

Para entender melhor a brincadeira (que é coisa muito séria), acesse a matéria "O mundo decide" da Brasileiros.

E para encerrar, deixo a foto chupinhada do excelente blog Trabalho Sujo:

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Música na Net 4 - Dicas no MySpace

Realmente, pra quem gosta de música e tem curiosidade para investigar na internet, a comunidade do MySpace Música é um prato cheio. Está devidamente adicionado aos links musicais no lado direito da página. Se você gosta de ir atrás de música nova, vale dar uma conferida nestes links.

Do que eu andei pesquisando ultimamente, deixo as seguintes dicas, algumas que podem inclusive ser baixadas no site do MySpace:

Moptop - Banda de rock brasileira e que canta em português com letras bem interessantes. Me fez lembrar algo entre Los Hermanos (especialmente pelas letras mais sensíveis) e com uma influência de algo como Strokes. Possui um instrumental bem trabalhado. Gostei especialmente das músicas "desapego" e "como se comportar", que dá nome ao "disco".

Renegado - Rap/Hip-Hop de Minas Gerais - Destaque para a mistura com música cubana em "Conexão Alto Vera Cruz Havana".

Shout Out Louds - Banda que me lembrou em diversos momentos a banda "The Cure". Possui um instrumental inovador e com passagens bastante criativas. Vale conferir. E vai tocar em SP no Studio SP hoje e amanhã!

Pra encerrar (mesmo que eu não tenha terminado), deixo a dica da banda Zuco 103 - Banda que está em turnê pela Europa, mas que é pouco conhecida (eu nunca havia ouvido falar) aqui no Brasil. A cantora me lembrou muito a Céu, mas tem estilo próprio. Destaque para a música "She, que trata de um tema pouco agradável de maneira muito criativa: a violência doméstica.

Viva o MySpace. E viva a música na internet.

domingo, 14 de setembro de 2008

Crônicas de um Palestrino 4 - Alma lavada

É impressionante como o Palmeiras consegue mobilizar uma grande parte do meu dia. Eu deveria, hoje, estar sentado com a bunda na cadeira e olhos fixos nos livros de direito, estudando para ingressar no mestrado.

Mas a emoção não deixa. O dia todo, passo feito um alucinado esperando a partida que pode ser decisiva para o futuro do time na competição.

Logo de manhã, na minha leitura matinal no banheiro (sei, o comentário é desprezível e desnecessário, mas é assim que a coisa - ou o intestino - funciona para a maioria), vou direto à página de esportes procurar as notícias sobre o verde. Inútil indignar-me pelo fato de O Globo não cobrir os times de São Paulo, mas hoje, dada a importância do duelo, havia uma nota. O fato me deixa feliz. A cabeça distrai-se com notícias sobre o pré-sal, as eleições no Rio de Janeiro e o debate sobre a legalização (pífio, por sinal, tendo em vista os danos que o tráfico causa ao Rio).

Volto para a cama para mimar a mulher (elas precisam de atenção permanente). Aquele sinal de alerta permanece ligado, sempre me lembrando o quanto uma vitória fora de casa contra o vice-líder Cruzeiro seria importante. Ela (a mulher) me faz esquecer o verde por algum tempo, mas a mensagem do amigo no celular perguntando onde irei ver o jogo desvia o foco de um amor para o outro. Não adianta fugir.

Cogito comprar o pay-per-view. Ficar tranquilo em casa mas o preço é um assalto. O monopólio das organizações Globo (a mesma do jornal impresso, da minha internet e minha TV a cabo e aberta) é prejudicial não só à democracia. Inibe também a minha paixão. R$ 60 reais por uma partida é uma piada.

Bate 15:30, hora de ir para o bar onde a torcida do Palmeiras do RJ se reúne para assistir os jogos. No ônibus, no caminho, lembranças recorrentes a cada lenço verde pendurado nos cabelos das moças, a cada camisa de tom esmeralda. Sou consciente que nada disso tem a ver com o Palmeiras, mas estes são os caminhos da minha mente, perturbada pela decisão...

No bar confortam-me a visão de dezenas de palmeirenses vidrados na tela. E alimenta minha paixão os urros desta gente explodindo com o gol de Diego Souza aos 42 do primeiro tempo. Nos olhos deles, a mesma esperança que a minha.

Sinto que vamos vencer, sinto que é possível... e atribuo a chance da vitória, sinceramente, à camisa pirata do goleiro Marcos que comprei minutos antes da final entre Palmeiras e Ponte Preta, com o principal objetivo de tentar penetrar o subconsciente do meu sobrinho de 5 anos que acompanhou o jogo comigo. Eu não acredito em divindades ou espíritos, mas acredito na força da camisa que vesti hoje. Segundo meus cálculos, o Palestra nunca perdeu nos dias que eu vesti. Viva a costureira que bordou toscamente o símbolo no peito esquerdo.

No momento do gol, sinto ainda uma extrema satisfação em ver as pessoas na rua tentando entender por quê aquele punhado de marmanjos vestidos de verde está a gritar e pular. Dentro do ônibus lá fora observo um flamenguista olhar intrigado para o bar e penso: "respeita parceiro. O Palmeiras é gigante".

Com a expulsão estúpida do garoto Lenny (que não pode ser crucificado por isso) aos 17 do segundo tempo, o relógio passou a girar devagar. O Palmeiras se encolheu na defesa de uma forma que nunca vi um time do técnico Vanderlei Luxemburgo fazer. E a tática deu certo. Apesar de constantemente ameaçado e das boas participações do goleiro Marcos, o time encerrou uma série de 4 jogos levando gols, entre estes duas sonoras derrotas em goleadas para o Inter e Sport.

Chega o fim do jogo e a berraria continua. Canto freneticamente mesmo sem ter ingerido uma única gota de álcool. Filmo a pequena amostra dessa massa no celular. Envio o vídeo para um amigo fanático em São Paulo. Vejo o comemorar sincero de um palmeirense, com os olhos fechados e para baixo e os punhos cerrados, num momento exclusivamente dele, em que ele não quer mostrar nada para ninguém. Um vibração verdadeira de euforia pela vitória.

Volto para casa... tenho muitos deveres a cumprir. Meu apartamento está uma zona, eu preciso cozinhar algo para o jantar pois estou sem grana para comer fora. Mas minha atenção permanece no jogo e no sonho de ser campeão. Sei que não devo, mas inicio uma longa navegação pelas notícias do esporte na internet. Preciso compartilhar a alegria: disparo mensagens no celular. Aproveito e vingo-me do flamenguista que tirou sarro da minha cara quando perdemos para o Sport e sorrio sincero quando ele me responde todo nervosinho. Sei que é feio, mas foi ele quem começou com a palhaçada na semana passada, mexendo com minha revolta de um jeito que não se faz. Chego a me arrepender da mensagem, mas é o preço que ele tem que pagar (respeita, parceiro).

Estou em casa... tiro minha camisa da sorte, dobro-a e guardo direto do armário. É nojento, eu sei, mas ela nunca foi lavada e assim permanecerá até o fim do Brasileirão.

Ligo a TV na sala para ouvir o resultado do Botafogo. O Palmeiras matou e continua a matar boa parte do meu dia. Não consegui sequer pôr as cervejas que comprei no caminho de volta na geladeira. Estou vidrado nas notícias e neste relato. Eu sei que sou ridículo, mas estou feliz da vida com tudo isso. Como é bom vencer!

Drunk 3

It`s becoming a kind of habit
As long no one can waste it
As long no one can taste it

It`s becoming a part of me
As long as you can`t touch me
As long I don`t get busted

It`s becoming true
And pure
as long as I don`t lie
As long as I can cry
As long as I`m not ill
And do just what I would,
And just distrust the cure.

That`s me baby,
running out of energy,
trying to tell you,
trying to tell you...
what you just won`t hear
what you just won`t hear.

sábado, 6 de setembro de 2008

A Drunk Post...

De lá pra cá
De cá pra lá
Onde estou? Onde eu estiver
Tanto fez como tanto faz
Desde que o peito pulse
Desde que as pernas valsem
Desde que o quadril chacoalhe
Desde que a vida peça bis
Pedindo pra que eu me divida
Entre o certo e o errado
Entre o samba e o recato
Entre o louco e o sóbrio
Desde que seja intenso
Desde que seja extremo
Desde que seja vivo
Desde que seja, não importa como for.

Maldita vontade de viver
Que me mata aos poucos
Maldita vontade de viver
Que me mata de uma só vez
E que me faz vivo
E que me faz sentir
E que me faz feliz
E que me faz distinto
E que me faz nobre
E que me faz pobre
E que me faz sonhador
E que me faz realizador
E que me faz fazer
O que tem que ser feito
Mas que não me deixa negar
O que a vida oferece
Mas que não me deixa planejar
O que o presente esquece
O que não me deixa ser a longo prazo
O que me faz profundo
O que me faz raso
O que me faz frágil, eterno
E que me faz rir
E me faz sério,
E me faz chorar
E me faz tédio.

Maldita vontade de extrapolar todos os sentidos
Que me faz perder o senso
Que amanhã me volverá tenso
Mas que hoje me faz como quis
Simplesmente puro, manso
E feliz!

Você

Me atrai...
me lembra....
me maltrata,
me consola,
me faz mais feliz
e mais triste.
e mais, muito mais amargo.

Você me faz doce,
me faz completamente abandonado e me faz novo
e me faz ir adiante
e me faz sofrer e sorrir
e não ter aonde ir.

Me machuca,
me protege,
me admira e rege.
E me sobe à nuca e à face.
E me faz corar e excitar...

E me atormenta
e me bajula
e me faz mais vivo
mais morto
mais sínico
mais tonto.

Você que me faz mais eu!

És capaz de me escutar?

Drunk Post 2

Sábado,
o passeio de todos os passeios
cínico, sonso, bobo e enganador.

Um sorriso amarelo pra lá
Boa noite, bem vindo.
Um aperto flácido de mão,
como está, e a família?.

Dinossauros se cumprimentam e decidem o futuro.
E você, eu...
tentando entender.
as novas instâncias de poder.
Tentando poder.

A pele vai enrugando,
e eu sentado nesta antiga poltrona,
tentado ser eu,
algo autêntico
e sendo um espalhafatoso e inútil
retrato comum,
do que há de mais comum,
e quer mudar sempre pra melhor.

Dedos aleatórios dão nisso,
palavras soltas,
mas tão carregadas de significado.

Pra rachar

Lá vai ele caminhando pela rua.
Esquiva do pedinte, contorna o motociclista que vem em alta velocidade pela calçada e vira depois do segundo ambulante para, enfim, perder-se em meio à multidão.

Só ali ele se sente feliz... só ali.
Só ali em meio à guerra cotidiana... só ali.
Só quando pode olhar feio o batedor de carteira. Só quando abraça com um sorriso amarelo e hipócrita o bandido fardado. Só quando descarrega de volta no mundo toda a carga de cinismo que recebe pela TV, revista e outdoor, ele se sente feliz. Só ali, no ringue sem regras das ruas da cidade.

Em meio ao caos, em meio à selva, em meio aos vermes e predadores... ele também se sente acuado, oprimido... busca um ponto no horizonte para descansar a vista, relaxar a mente, esclarecer suas idéias. Ele se sente feliz?

Não há horizonte nem caminho a seguir. Mas ele segue, se contorcendo pelos subsolos, em meio aos carros e ruas, entre o canto sufocado dos pássaros, entre a fumaça que lhe resseca a garganta e a vista.

Se lembra do espaço não povoado em seu coração. Da devastação causada por aquela mulher. E pensa que ali, naquela terra salgada pela desilusão, ainda seria capaz de crescer um jardim. Mas nas ruas da sua cidade não. Não há mãos dispostas a jardinar. E as pessoas lhe olham com desdém e desprezo. E assim o deserto citadino penetra seu peito.

Dilui no vento poluído seus sonhos, suas ilusões e seu desamor. E volta à realidade, ainda à tempo de atravessar mais um farol...

É bom recobrar a consciência, pensa ele. Aguça a visão, tensiona os músculos e penetra de novo a multidão. É hora de vingar-se.

A partir de agora, o mundo não vai mais debochar dos seus dias insossos e fúteis. A partir de agora, ele vai ser feliz.

Ele vai amar, nem que seja na porrada!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O homem grande

De vez em quando o menino fica murcho, sem forças.
Tem vontade volver à infância,
correr de meia pela casa,
dar asas a imaginação,
beber leite com chocolate em frente ao desenho animado.

De vez em quando o menino fica triste, choroso,
e surge uma vontade imensa de explodir em lágrima.
mas ao olhar ao redor,
não há quem possa ampará-lo,
e o menino já não cabe naquele imenso sofá.

O menino prefere o choro contido, o grito calado,
ao seu choro desamparado.

O menino virou homem grande,
mas o homem grande ainda não foi capaz de sufocar o menino.

O menino quer sorrir, correr, brincar de lutar,
enquanto o homem grande luta para sobreviver.
O menino quer chorar.
O homem grande engole o choro e segue adiante.
O menino é frágil e sincero.
O homem grande finge ser forte para não se expor.
Afinal, como é feio ser frágil.
Afinal, para que ser sincero?

O mundo roda e, todos os dias,
o homem grande entra em conflito com o menino.
O homem grande quer sufocar o menino,
o homem grande não pára.
O homem grande quer vencer, crescer,
quer que o menino se vá.
O homem grande quer ser forte, enfim.
Afinal, como é feio chorar.

Muitos deixam o menino partir...
Mas só o sábio homem grande o protege e ampara.
Só ele vê que o homem grande menino é a coisa mais bela.
E a mais rara!