De vez em quando o menino fica murcho, sem forças.
Tem vontade volver à infância,
correr de meia pela casa,
dar asas a imaginação,
beber leite com chocolate em frente ao desenho animado.
De vez em quando o menino fica triste, choroso,
e surge uma vontade imensa de explodir em lágrima.
mas ao olhar ao redor,
não há quem possa ampará-lo,
e o menino já não cabe naquele imenso sofá.
O menino prefere o choro contido, o grito calado,
ao seu choro desamparado.
O menino virou homem grande,
mas o homem grande ainda não foi capaz de sufocar o menino.
O menino quer sorrir, correr, brincar de lutar,
enquanto o homem grande luta para sobreviver.
O menino quer chorar.
O homem grande engole o choro e segue adiante.
O menino é frágil e sincero.
O homem grande finge ser forte para não se expor.
Afinal, como é feio ser frágil.
Afinal, para que ser sincero?
O mundo roda e, todos os dias,
o homem grande entra em conflito com o menino.
O homem grande quer sufocar o menino,
o homem grande não pára.
O homem grande quer vencer, crescer,
quer que o menino se vá.
O homem grande quer ser forte, enfim.
Afinal, como é feio chorar.
Muitos deixam o menino partir...
Mas só o sábio homem grande o protege e ampara.
Só ele vê que o homem grande menino é a coisa mais bela.
E a mais rara!
Há 4 anos
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