sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Crônicas de um Palestrino 5 - Pré-temporada 2

A pré-temporada é o ano novo do futebol.

Encerrado o período de festas, surge aquele ânimo de sonhar com dias melhores para o ano seguinte. Fazemos planos, renovamos as energias, sonhamos sonhos mais altos. Começado o ano, tentamos abandonar velhos hábitos e incorporar novos, perder a barriga, nos alimentar melhor... enfim, tentamos progredir. Quando menor, por exemplo, lembro-me de me prometer tomar banho todos os dias no ano seguinte. A virada do ano promoveu um grande avanço em minha vida, sem dúvida.

Quando as mudanças não dependem dos outros o exercício de mudar é muito mais simples e gratificante. Basta virar o ano e lá vamos nós, correr todas as manhãs antes do trabalho, economizar dinheiro, consumir cultura...

Já quando as mudanças dependem dos outros, a angústia é interminável. A ansiedade por dias melhores nos aflige a atormenta. Este é o caso dos meus últimos dias, em um campo específico da vida, que é o campo do(e) futebol.

Assim como no “mundo real”, encerrado o ano (Campeonato Brasileiro) todos os torcedores em algum momento param para fazer aquele balanço e passam a sonhar e planejar o ano seguinte. Para o torcedor palmeirense, entretanto, virou o ano e aqueles sonhos de vôos mais altos chocaram-se com o duro chão da realidade. Dois mil e nove deveria ser “o” ano. Essa era a promessa que tanto ouvimos. Mas a mudança para melhor tão desejada (que de nós nada depende) tem demorado a acontecer e as novelas das contratações parecem intermináveis.

Assim, compulsivamente, reviro três ou quatro sites de notícias e a blogosfera especializada atrás de alguma notícia animadora, mas o destino não quer dar paz à este verde coração.

E assim meus dias neste campo seguem aflitos. Enquanto tento me livrar de velhos hábitos e procurar um rendimento mais eficaz no trabalho, a distração compulsiva e a preocupação permanente me movem a clicar repetidas vezes nos RSSs de notícias do verde.

E fico a me perguntar, com uma pulga atrás da orelha: quantos, como eu, estarão a fingir que trabalham neste exato momento?

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E antes de postar isso tudo, vejo através deste blog que eu mesmo, 363 dias atrás, vivia a mesma situação de ansiedade. Naquela ocasião, com menos novidades e motivação para o “mundo real”, mas carregando muito mais otimismo no enorme espaço verde do meu coração.

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