sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Vai

Lá vai ele, perambulando...
Vai cheirando todas as flores, espirrando de vez em quando. Vai rastejando pelos cantos escuros, vai de pé, pelos campos verdes, desfilando.

E ele vai, como todos vão. Vai bem, vai mal, vai de mal a pior. Mas melhora.
Ele vai e não quer ir em vão. Quer alcançar seus sonhos, objetivos. Um dia quer rir, noutro dia chora.

Mas vai atrás, tentando chegar na frente, ainda que não saiba na frente do quê, de quem. Vai na frente, volta de marcha ré. Dá um passo para trás, um salto adiante, mas as vezes esquece de seguir... e vai de marcha ré, ladeira abaixo, perde o rumo, o prumo e o norte. Desnorteia, desilude, culpa a sorte. Perde o rumo de casa, azarado. Perde a calma, entra em crise. Recupera a rédea e se esquiva da morte. Que forte!

Vai, vai vai... Mesmo sem saber aonde ir, nem mesmo com a pretensão de saber onde quer chegar.

Vai só porque a vida é feita no caminho, ainda que se possa planejar.
Vai, porque é ciente que não é senhor do destino.
Vai, intuindo, seguindo o instinto e o tino.

E volta, sabendo que nada do que foi irá voltar.
Volta em busca do novo, reviravoltará.
Retorna, entorna um copo, e torna a ir.
Cambaleando de tanto sofrer, beber, sorrir.

Ele segue no caminho, na estrada, na encruzilhada. Ele anda pelos dois lados da bifurcação. Se a vida é feita de escolhas, ele diz não. Se a vida é feita da sonho, ele diz sim. E segue por todos os caminhos, passando o tempo em voltas anti-horárias, andando sentido sentimento. E seu peito pulsa, porque nele vive o sentimento sentido.

Ele vai. Pode apostar!

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