quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Não ligo...

Não ligue...
se ao redor de ti, todos perderam a sensibilidade,
de se emocionar com uma melodia, uma palavra ou uma cena qualquer do cotidiano.

Não ligue...
se todos a sua volta já não sabem sofrer, sentir,
se se recusam a chorar,
mesmo quando o chorar é sincero.

Eu não ligo...
e nem lhe atenderei,
se o que tens a me oferecer é indiferença.

Eu não ligo
e me recusarei...
a compartilhar essa ignorância.

Eu não ligo...
mas tenha certeza,
que serei mesmo calado, telefone mudo,
mesmo que não lhe chame, nem lhe atenda,
incapaz de fingir frieza...
que seria um enorme fardo, me fingir surdo,
e ainda que eu assim pretenda,
ainda não sou capaz de me fingir cego,
nem de afastar este frio no umbigo
e seguir como quem a si mesmo engana,
pensando em status, posses, grana,
como essa gente que mente
e mente, mente, mente,
tentando ser grande
e indiferente.

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