quarta-feira, 18 de julho de 2007

Súbita Inspiração Sem Sentido

Escrito originalmente em 10.08.06


Poema que brota em mim.

Poema que nasce de repente

Que me eleva aos céus

E me revela encantos

E que me joga ao chão

E me derruba em prantos


Poema súbito, incisivo

Contra o qual sou impotente.

Poema violento, agressivo,

Que me arrebata a mente, e mente.

Poema que me engana,

Que cega minha visão insana,

Completamente.


Poema que me faz sofrer.

Que me relembra amor

Que me destrói a infância

Poema que esmaga flor.


Poema agudo, pontiagudo,

Cortante.

Frases, fases, rimas,

Cor do que me fez amante.

Cor do que desbota em mim.

Água suja dos meus sonhos pelo ralo.

Mentes sujas que não sabem do que falo.


Cores mortas e um poema que as aborta.

Palavras tortas, que ferem o peito, porque calo.

E daí, a vida entorta,

E a palavra já não cabe em minha boca.


E mesmo que eu não a entenda,

Mesmo que não haja dicionário que a explique.

Que não haja língua que a fale

Nem boca que receba seu beijo doce

A palavra explode,

A palavra escala e estala.

Violentamente.

Violenta, mente.

Violenta a mente

Nos versos de um poema sem sentido.

Nos pensamentos de um peito doído.

Nos controversos dias sem sentido.

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