O poeta sabe o que importa.
Sabe o que faz sentido.
Desfaz-se das letras mortas.
Bate e rebate, seu peito doído.
Prefere a libertação.
Escolhe o lirismo dos bêbados.
Desfere golpes com os dedos.
Fere o próprio coração.
O poeta desfez-se das coisas mortas,
Que alguns cultivam por todo o canto.
Rompeu o horizonte, janelas e portas.
Rompeu o silêncio com um doce canto.
O poeta quer carros, jóias, mulher?
Jamais seria tão tolo. Nem seria poeta!
Busca aquilo que a vida não quer.
Não acerta o alvo, deseja ser seta.
Da realidade mesquinha e grosseira.
O poeta cansou-se,
De jornais, tvs, baboseira.
O poeta mudou-se,
E foi atrás de uma outra visão.
O poeta é um fato
Que contra-argumenta com o coração.
Ele abandona a cidade cinzenta.
A Natureza reclama,
Morrer de morte tão violenta.
Seus sonhos voam mais alto.
E enquanto os carros se movem...
Seus pés traçam um novo salto.
Você está aí parado.
Enquanto a vida expira...
Você espera sentado.
Até quando vai morrer pelo alvo, a meta?
Sem saber que a vida é percurso, é seta...
Até quando???
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